10/02/2004 08h23 – Atualizado em 10/02/2004 08h23
Na verdade seu nome correto é Apêndice Vermiforme, uma pequena estrutura ligada ao ceco, parte final do intestino grosso, próximo à ligação deste com o intestino delgado.
É um órgão oco e caracteriza-se por apresentar lúmen (luz), estreito e irregular devido à presença de grande quantidade de nódulos linfáticos em sua parede.[1,2,3] No homem, o apêndice não tem função, é um órgão vestigial, em alguns animais, encontram-se com tamanho reduzido e, em outros, são maiores e exercem função definitiva.
A importância evolutiva desses órgãos vestiginais é a indicação de uma ancestralidade comum. Em alguns mamíferos roedores como o coelho, o ceco e o apêndice compõem uma estrutura bem desenvolvida, na qual o alimento parcialmente digerido é armazenado e, a celulose, abundante nos vegetais ingeridos, é degradada pela ação de bactérias especializadas.
Na espécie humana não tem função, embora algumas pessoas discutam sobre isso, não há evidência científica que comprove. [2,3]
A inflamação do apêndice é conhecida como apendicite. São vários os fatores que podem levar à infecção do apêndice, entre eles a obstrução causada por restos de alimentos não digeridos, fecalitos (pequenos resíduos de fezes), hipertrofia do tecido linfóide ou por uma inflamação gânglionar.
Freqüentemente, a causa da apendicite ocorre pela presença de bactérias do tipo estafilococos e estreptococos.[4]
A apendicite pode ocorrer em qualquer faixa etária, da primeira a terceira idade, sendo mais comum na segunda década de vida. A inflamação do apêndice é a razão mais comum de cirurgia abdominal de emergência.
Sintomas mais comuns da apendicite são: vômitos, inapetência, febre, aumento da sensibilidade na parte inferior direita do abdome, prisão de ventre e diarréia. A dor se caracteriza por ocorrer, no início, em torno do umbigo deslocando-se para a parte inferior direita do abdome.
O exame físico do médico deverá se completo, com atenção especial para a palpação do abdome. As medidas da temperatura axilar e retal podem auxiliar o diagnóstico.
Exames de laboratório complementares são necessários, como a contagem dos glóbulos brancos no hemograma, que pode apresentar leucocitose, e outras provas inflamatórias, como a proteína-C-reativa, pode auxiliar.
Exames de imagem como raio-x, tomografia computadorizada e ultra-som abdominal são solicitados de acordo com a necessidade diagnóstica. Muitas vezes os sintomas não são típicos de apendicite, embora indiquem a presença de abdome agudo ou cirúrgico, ou seja, alguma doença abdominal que necessita tratamento cirúrgico.
Esta situação pode levar o médico a solicitar outros exames para o diagnóstico diferencial ou propor à família do paciente a laparotomia exploradora, que é uma operação abdominal onde a causa será procurada durante a cirurgia e, se possível, removida.
O tratamento da apendicite aguda é a remoção cirúrgica do apêndice, conhecida como apendicectomia. A cirurgia pode ser realizada sob anestesia geral ou peridural, através de um corte na parte inferior direita do abdome que caracteriza o procedimento cirúrgico tradicional, ou a céu aberto.
O procedimento mais moderno é a laparoscopia, na qual a remoção é feita através de um pequeno orifício e com auxilio de uma câmera de vídeo endoscópica.
A urgência da intervenção cirúrgica para remoção do apêndice decorre da possibilidade do apêndice perfurar, colocando em risco a vida do paciente.
Fonte:Ibest