22/09/2004 16h16 – Atualizado em 22/09/2004 16h16
24 Horas News
Sem estardalhaço e com profissionalismo, o PTB, partido que elegeu pouco mais de 20 deputados em 2002 e agora já beira os 50, está empenhado em reciclar sua imagem, para tentar acabar com a pecha de fisiológico que o acompanha há quase duas décadas. É o primeiro passo para pôr em prática um plano ambicioso: tomar a vaga do PL e indicar o vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela reeleição em 2006; levar o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) para o partido e lançá-lo como candidato ao governo do Rio de Janeiro, também em 2006; e lançar candidatura própria à Presidência em 2010. Antes de tudo isso, ampliar suas bancadas no Congresso e a participação e poder de influência do partido no governo Lula.
O presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), que já foi a imagem da truculência à dianteira da tropa de choque de Fernando Collor durante o processo de impeachment, é hoje um homem mais magro, mais moderado e muito mais ambicioso. “Estamos fazendo um trabalho de melhorar a imagem do partido, acabar com aquela imagem de fisiologismo. E as últimas pesquisas já nos indicam que 65% dos formadores de opinião entrevistados acham que melhoramos, que hoje somos melhor”, comemora.
Sobre 2006, não tem a menor dúvida quanto ao futuro de seu partido: “Vamos com Lula na reeleição em 2006. E, se eu puder disputar a vice, vou indicar um nome do PTB, o ministro Walfrido (Mares Guia, do Turismo), por exemplo”.
Quanto ao PMDB, ele diz não se preocupar: “O governo não consegue amarrar e já deve ter percebido que o PMDB não se deixa amarrar. Lá é uma federação partidária e cada um é dono de um pedaço”.
O mesmo otimismo Jefferson tem em relação aos outros projetos do PTB. Considera que Ciro Gomes, indo para o seu partido, terá grandes chances de ganhar a disputa pelo governo do Estado do Rio em 2006. O fato de ter se formado na política cearense em nada atrapalha: “Eu falo pro Ciro: “olha, você mora no Jardim Botânico, e Jardim Botânico é no Rio de Janeiro, não é em Fortaleza’. Só falta mudar o domicílio eleitoral.”