23/09/2004 08h19 – Atualizado em 23/09/2004 08h19
Folha online
Os petroleiros de todo o país devem atrasar amanhã a entrada no trabalho em duas horas. A paralisação parcial foi aprovada em assembléias que ocorrem desde ontem no país. Em campanha salarial, os petroleiros cobram da Petrobras o fechamento da negociação salarial.
A estatal ofereceu 7,82% de reajuste. Mas os petroleiros cobram um aumento de 13,21%, referente à inflação e 5% de aumento real.
Além disso, a categoria condicionou o fechamento do acordo salarial à negociação das pendências existentes na Petros, o fundo de pensão dos petroleiros.
Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), existem cerca de 5.000 trabalhadores da Petrobras –contratados depois de 1997– que não têm previdência complementar.
“Esses trabalhadores têm seguro de vida. Se um morre, e já morreram quatro, a família fica sem assistência. Para a família de um petroleiro que morre, a Petros paga um benefício correspondente a 90% do salário”, disse o coordenador da FUP, Antonio Carrara.
Ele contou que existem outras divergências envolvendo a Petros, como a questão da idade mínima. “Os petroleiros contratados em 1978 aderiam à Petros e não tinham idade mínima para se aposentar. Implantaram depois uma idade mínima de 53 anos.”
Greve
Carrara disse que antes de partir para a greve os petroleiros pretendem esgotar as negociações com a Petrobras. “Uma greve numa empresa como a Petrobras tem conseqüências muito mais sérias para o país.”
Segundo ele, o atraso de amanhã não afetará a produção da estatal de petróleo. “A produção só é prejudicada depois de 48 horas.”
Depois do atraso de amanhã, os petroleiros devem comunicar a Petrobras que a proposta foi rejeitada. A categoria –que tem data-base em setembro– passará então a tentar negociar uma nova proposta de acordo salarial.
A campanha salarial dos petroleiros envolve 37 mil funcionários da ativa e 60 mil aposentados.