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segunda-feira, 28 de abril de 2025

Nova arma contra o colesterol é brasileira

24/09/2004 15h25 – Atualizado em 24/09/2004 15h25

ABN

O combate a um dos maiores vilões das doenças cardiovasculares, o colesterol, acaba de ganhar um forte aliado. A Libbs Farmacêutica, laboratório de capital 100% nacional, está lançando o Metri (ácido nicotínico), o primeiro medicamento do mercado brasileiro capaz de aumentar de forma segura e significativa os níveis de HDL, conhecido como o bom colesterol, no sangue. Até o momento, o controle das taxas de colesterol era feito com mudança no estilo de vida (dieta balanceada e exercícios físicos regulares) e uso das estatinas, fibratos e resinas. Essas classes de medicamentos, no entanto, atuam principalmente sobre o LDL, o colesterol ruim, ou sobre os triglicérides, mantendo ou elevando muito pouco os níveis de HDL.

Segundo o médico cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de São Paulo e consultor científico da Libbs, Jairo Lins Borges, “ter à disposição um remédio voltado para a elevação do bom colesterol é importante, porque o HDL tem um efeito comprovadamente protetor das artérias. É ele o responsável pelo transporte reverso do colesterol ruim (o LDL). Ou seja, ele retira o mau colesterol das células, inibindo a formação de placas de gordura nas paredes das artérias, o que reduz o risco de eventos cardiovasculares importantes, como infarto do miocárdio ou derrame cerebral, hoje a maior causa de mortes no Brasil”.

A droga (cujo princípio ativo é conhecido também pelo nome de niacina) é antiga, porém, até o momento ela apresentava efeitos colaterais intoleráveis, por ser rapidamente absorvida pelo organismo. A empresa, no entanto, utilizando tecnologia própria, desenvolveu um mecanismo de liberação programada, que permite o uso do medicamento em dose única diária, sem apresentar os efeitos colaterais indesejáveis. “Somente agora a classe médica possui um arsenal terapêutico completo, seguro e abrangente capaz de tratar de forma eficaz as dislipidemias (distúrbios nos níveis de colesterol e triglicérides)”, sentencia o Dr. Jairo Borges.

A elevação do HDL, portanto, é tão importante quanto a redução do LDL. Deve-se, então, procurar manter os dois tipos de colesterol dentro dos níveis determinados pelas diretrizes médicas atuais. No caso das mulheres, os níveis de HDL devem ser superiores a 50 mg/dl de sangue. Já para homens, a taxa mínima é 40 mg/dl. Estudos voltados para avaliar eventos coronários maiores constataram também que a elevação do HDL associou-se à redução da ocorrência de infarto do miocárdio, doença coronária e acidente vascular cerebral. Estima-se que, para cada 1mg de elevação do nível de HDL no sangue, ocorre uma redução de 2% a 3% no risco de eventos cardiovasculares.

O medicamento, que já pode ser encontrado nas farmácias de todo o Brasil, deve entrar para a restrita lista dos “super-remédios”. Isso porque ele está sendo considerado por especialistas o medicamento mais versátil para o tratamento das dislipidemias. Além de elevar o HDL em cerca de 30% (2 a 3 vezes mais que as estatinas e fibratos), diminui o LDL em 17%, reduz triglicérides em até 50% (sabe-se que o excesso de triglicérides é tóxico para o fígado e pâncreas) e ainda diminui o número e o diâmetro da molécula de LDLs pequenas e densas (tipo de mau colesterol ainda mais perigoso que o LDL).

Pode-se combinar com outros medicamentos (estatinas; fibratos e inibidores da absorção intestinal de LDL) de forma complementar, tornando o tratamento ainda mais eficaz e seguro, já que possibilita a prescrição de doses menores de tais medicamentos.

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