25/09/2004 09h07 – Atualizado em 25/09/2004 09h07
Terra
A principal exigência dos grupos de rebeldes iraquianos que seqüestram estrangeiros é a retirada das tropas militares do país. Cansados da invasão militar mundial que depôs um presidente, aprovou um governo interino e marcou data para as próximas eleições, a maioria dos grupos não atinge o objetivo porque tomam civis de países com governos irredutíveis.
Um desses seqüestros mais bem sucedido até hoje foi o do trabalhador filipino Angelo dela Cruz, levado em julho pelo Exército Islâmico Iraquiano. Mantido como refém por 13 dias, dela Cruz chegou a ser filmado vestindo um macacão laranja, sentado em frente a três encapuzados que anunciavam a sua decapitação caso o país não ordenasse a retirada de suas tropas do Iraque.
Numa decisão inédita até então, a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, ordenou a antecipação em um mês da retirada do contingente, formado por 51 homens. O refém foi entregue dias depois à embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Bagdá.
A decisão não esteve isenta de polêmica e ganhou as críticas dos Estados Unidos e seus aliados, mas a presidente das Filipinas disse que um milhão de trabalhadores filipinos trabalham no Oriente Médio, e que era prioridade salvar a vida de dela Cruz.
Alegando insegurança, outros países também se retiraram do Iraque. Entre eles está a Nova Zelândia que, em setembro, anunciou a retirada de seus 61 soldados e engenheiros militares desdobrados para realizar trabalhos de assistência durante um ano. O país se opôs firmemente aos planos dos EUA de invadir o país por considerá-la uma ação ilegal e contrária à Carta das Nações Unidas. No entanto, acedeu mais tarde ao pedido da ONU de enviar soldados com o compromisso de “não intervir em operações militares de nenhum tipo nem como forças de paz”.
Na mesma época, o contingente militar tailandês, formado por 451 homens, também deu início à sua retirada do Iraque, ao final de uma missão de um ano na região da cidade de Karbala.
O governo de Honduras também anunciou em abril a retirada de seu soldados. A volta das tropas foi antecipada, devido ao recrudescimento da violência e à saída das forças Espanholas do país. A Nicarágua retirou seu contingente em fevereiro por razões de orçamento, enquanto El Salvador retirou suas tropas no fim de sua missão, em julho. Honduras, El Salvador, Nicarágua e República Dominicana se somaram em agosto de 2003 à coalizão, sob o comando direto da Espanha.