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domingo, 27 de abril de 2025

Empregados de serviços funerários de MS terão sindicato

25/06/2005 08h26 – Atualizado em 25/06/2005 08h26

MS Noticias

No sábado, 25 de junho, às 14 horas, no Auditório do Senac (Rua Francisco Cândido Xavier, 75, Centro), acontece a assembléia de fundação do Sindiprofu-MS – Sindicato dos Empregados em Empresas e Órgãos de Serviços e Procedimentos Funerários. Mato Grosso do Sul será o primeiro estado da região Centro-Oeste a contar com um sindicato de empregados de serviços funerários. O Sindiprofu-MS nasce com o objetivo de orientar, qualificar e profissionalizar o setor funerário em MS, que conta com aproximadamente cinco mil pessoas. O Sindicato pretende congregar trabalhadores de: cemitérios públicos e particulares, funerárias, necrotérios de hospitais públicos e particulares, Instituto Médico Legal, serviços de verificação de óbitos municipais, administradoras de serviços póstumos (conhecidas como Pax) e laboratórios de anatomia patológica. A classe enfrenta uma série de problemas decorrentes, principalmente, da falta de orientação. São comuns casos em que não são utilizados certos Equipamentos de Proteção Individual – EPI e plantões que fogem do padrão de 12 horas de trabalho para 36 de descanso, como determina a CLT – Convenção Coletiva do Trabalho.Segundo o presidente-fundador, Ilmo Cândido de Oliveira, a conscientização será o principal foco de atuação do Sindicato. “Nós sabemos que existe uma preocupação dos empregadores em se regularizar, até porque são comuns eles terem ônus com multas trabalhistas, mas lhes falta informação de como fazer. É nesse sentido que pretendemos atuar, esclarecendo empregados e empregadores dos procedimentos necessários”, disse Ilmo.Para Ilmo Cândido, entre os problemas do setor, está a questão de muitos empregados trabalharem sem ter alguns dos equipamentos necessários, comprometendo seu desempenho e sua saúde, como agentes funerários que utilizam apenas luvas. Ilmo acredita que o Sindiprofu atuará como interlocutor no estabelecimento de um consenso entre as empresas funerárias que ainda não se adequaram à CLT e a classe trabalhista do setor. “Conforme determina a CLT, para poder trabalhar fora da escala de 12 horas de serviço por 36 de descanso, teria de ser firmado um acordo entre as partes na convenção coletiva de trabalho. Hoje, a maioria dos empregados trabalha 12 x 24 e, em algumas empresas, temos o absurdo de funcionários que cumprem 24 x 24”, alerta Ilmo Cândido. Entre as ações que o Sindiprofu desenvolverá, está a promoção de reuniões entre empregadores e representantes dos empregados. “Nós queremos organizar o setor, são tantas funções que atuam na área, que em algumas situações há confusão de atribuições, como casos em que sepultador acha que é coveiro, por falta de um órgão que os oriente”, declarou. Muitos cargos dos serviços funerários ainda não constam no Código Brasileiro de Ocupação, o que dificulta ainda mais a delimitação de atribuições.Atualmente, o órgão que representa os trabalhadores em serviços funerários no Mato Grosso do Sul é a Federação do Comércio. Para a supervisora de Recursos Humanos, Célia Machado, a ausência de um órgão específico para o setor impõe uma série de limitações. “Hoje, existe um disparate muito grande quanto à questão salarial. Não se atende a necessidade do empregado e nem do empregador. Por exemplo, nós queremos fazer uma escala de trabalho conveniente para empregados e empregadores, mas a Federação já tem uma posição definida quanto a isso e não nos permite alterações”, declarou Célia. Valorização – A importância de um órgão representativo dos interesses dos trabalhadores das agências funerárias é evidenciada no depoimento de Jorcilei dos Santos, Agente Funerário. Jorcilei espera que o sindicato lute para que os agentes funerários recebam da sociedade o reconhecimento que merecem. “Para se tornar um agente, é preciso estudar muito, fazer um curso de tanopraxia, a atividade exige uma série de cuidados, especialmente quanto à questão da salubridade. Precisamos de um órgão que conscientize a classe de seus direitos”, declarou.Para Ilmo Cândido a valorização da profissão é um ponto extremamente importante. “Porque geralmente as pessoas não conhecem o nosso trabalho, mesmo sendo indispensável, nós ainda somos muito discriminados e o Sindiprofu-MS atuará para que a sociedade reconheça o nosso papel”, declarou.

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