26/11/2005 10h48 – Atualizado em 26/11/2005 10h48
Diário Web
A Secretaria de Saúde e a Vigilância Epidemiológica de Rio Preto enviaram para exames em São Paulo o cérebro da professora aposentada A.M.M.L.F., que morreu na noite de quarta-feira, vítima de uma misteriosa doença degenerativa. O drama da aposentada e de sua família foi revelado pelo Diário da Região, em reportagem publicada no início de julho. A suspeita é que A.F. tenha sido vítima de Creutzfeldt-Jakob, uma doença sem cura conhecida pela ciência e que ataca o cérebro das pessoas, deixando-o com uma aparência de esponja. O que mais preocupa as autoridades sanitárias é que a variação mais conhecida da Creutzfeldt-Jakob é a chamada doença da vaca louca, transmitida por meio de carne bovina contaminada. No Brasil, não existe ainda nenhum caso confirmado de vaca louca, que na Europa já matou dezenas de pessoas na última década. Nos Estados Unidos foram registrados os dois primeiros casos a pouco mais de seis meses. O resultado dos exames devem sair em 30 dias.Desde dezembro do ano passado, quando a aposentada apresentou os primeiros sintomas da doença, o marido dela, um investigador de polícia também aposentado, tentava encontrar uma salvação para a mulher. Depois de percorrer diversos hospitais e especialistas, o investigador ouviu de todos o mesmo diagnóstico: a doença seria fatal. Os sintomas característicos desta doença são a perda da coordenação motora, da memória, dos movimentos e da fala. O diagnóstico foi dado por pelo menos três especialistas. A Vigilância Sanitária, que acompanha o caso desde o início, pediu o exame do cérebro no Núcleo de Referência e Anatomia Patológica de São Paulo. Só a análise do material – biopsia ou necropsia – pode confirmar com certeza de que se trata de fato da doença. A aposentada era moradora do bairro Anchieta, o mesmo da dona-de-casa S.F.S., que também morreu misteriosamente no início deste ano.
