28/11/2005 10h45 – Atualizado em 28/11/2005 10h45
Midiamax News
O diretor-presidente do Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal), João Cavalléro, anunciou há pouco, durante entrevista coletiva, que três frigoríficos com inspeção federal localizados nos municípios de Iguatemi e Eldorado vão retomar o abate de bovinos nesta semana, conforme a Instrução Normativa nº 36, do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que reduziu a área de risco sanitário em Mato Grosso do Sul e no Paraná. A medida, conforme ele, garante a manutenção de dois mil empregos nas três unidades frigoríficas e o abate de três mil cabeças por dia na região.Cavalléro explica que a liberação desses frigoríficos significa a oportunidade deles trabalharem com rebanhos de áreas não afetadas. De acordo com a Instrução Normativa nº 36, agora as áreas de risco sanitário abrangem os municípios de Mundo Novo, Eldorado e Japorã, sendo que em Iguatemi e Itaquiraí só são considerados áreas de risco as que estão dentro do raio de 25 quilômetros de onde surgiram os focos de febre aftosa.O diretor-presidente do Iagro também reforçou que a situação está sob controle e não foi registrado o surgimento de nenhum outro foco da doença na região sul do Estado. Após o abate sanitário ser concluído – 16,2 mil cabeças já foram sacrificadas e outras quatro mil ainda serão abatidas – Cavalleró informa que será feito um inquérito soroepidemiológico de febre aftosa em 109 propriedades localizadas nos municípios de Eldorado e Mundo Novo para rastrear a atividade viral da área.O diretor-presidente do Iagro explica que agora vão começar a discutir a liberação da carne com osso do Estado para a exportação e prevê que antes de seis meses isso já deve estar concretizado. Ele informou ainda que em Bruxelas, na Bélgica, o Mapa vai apresentar as medias tomadas agora no Estado para que a União Européia agilize o fim do embargo à carne bovina e suína de Mato Grosso do Sul. “A confiança nisso é total e uma prova disso é que um frigorífico de Caarapó, que estava fechada há dois anos, deve voltar a abater. Além disso, ele está passando por uma adaptação para também abater suínos”, exemplificou.Em conjuntoO secretário estadual de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira Filho, também aproveitou a entrevista coletiva para informar que negociação entre o governo federal e o governo do Paraguai garantiu a fiscalização e vacinação em conjunto entre os dois países na área de 25 quilômetros dos dois lados da fronteira. Além disso, ficou acertado ainda que as propriedades localizadas nessa área serão identificadas via satélite, bem como a quantidade de animais criados nelas.Dagoberto explicou que a vacinação deve ser feita em fevereiro de 2006, sendo que o governo do Paraguai não pediu auxilio ao governo brasileiro para efetuar essa imunização. Os animais identificados durante esse trabalho em conjunto usarão brincos de cores diferentes para determinar a que país pertencem.Além disso, o secretário estadual de Produção e Turismo revela que será retomada as negociações com a Bolívia e Paraguai para a liberação do trânsito de animais com essesa dois países. “Os governos do Brasil, Bolívia e Paraugai têm de discutir as políticas públicas para a fronteira. Eles têm de arrumar-se politicamente para depois começar com essas medidas”, analisa.Dagoberto completa que, com essas, a arroba do boi gordo deve chegar a R$ 60,00 ainda nesta semana. “O Estado de São Paulo está sem boi e tem recompor o estoque comprando de Mato Grosso do Sul”, prevê.