09/08/2013 16h46 – Atualizado em 09/08/2013 16h46
Alvo do primeiro emprego o setor possui entre 300 e 350 vagas abertas e não consegue preencher. No caso de operadores de caixa, troca chega a 50%, segundo o sindicato da categoria. Novas lojas aumentam a demanda por trabalhador e geram alta rotatividade no setor. Essa carência de funcionários reflete na qualidade do atendimento aos consumidores.
Da Redação
A falta de mão de obra é o principal fator apontado pelos supermercadistas como geradores de filas longas e até mesmo queda na qualidade do atendimento aos clientes, nas lojas.
“Hoje temos cerca de 300 a 350 ofertas de emprego e não se consegue preencher essas vagas, principalmente em funções como operadores de caixa e atendentes de açougue”, chama atenção o vice-presidente da Abras – Associação Brasileira de Supermercados – e presidente do Sindsuper – Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande, Adeilton Feliciano do Prado.
Esse quadro de carência de mão de obra reflete tanto na qualidade do atendimento quanto no faturamento da loja, explica preocupado o supermercadista Edmilson Veratti. “No meu quadro de funcionários a média mensal de rotatividade está entre 17% a 25%. Entre dez pretendentes às vagas oferecidas, você consegue, com certo esforço, selecionar um candidato e torcer para que permaneça no emprego”.
Levantamento feito pelo Departamento de Pesquisa da Abras em parceria com a consultoria Deloitte, revela que a demanda por trabalhadores tem gerado alto índice de turnover nos supermercados e hipermercados chegando a quase 50% de rotatividade para o cargo de operadores de caixa, que promovem o atendimento ao consumidor no momento de finalizar as compras. A área é seguida pelo açougue e entregas, que registraram respectivas margens de 25,5% e 13%. Na sequência estão os setores de frios/laticínios e padaria/ confeitaria, ambos com 10,6%, hortifrúti, 9,3% e limpeza/manutenção com 8,7%. Os demais setores de uma loja somam 9,3% de rotatividade, aponta a pesquisa. Ainda de acordo com a pesquisa quando o turnover de uma empresa passa de 30%, o impacto é ainda mais significativo e prejudicial.
A gerente de supermercado Patrícia Silvia de Oliveira contou que há dois meses não consegue contratar uma operadora de caixa para a sua loja.
“Interessados até aparecem, mas trabalham um dia ou dois, sentem a questão do trabalho aos domingos e feriados, desistem e pedem demissão, mesmo com salário de cerca de R$ 900,00. Por ser um setor que atrai jovens em busca do primeiro emprego, falta-lhes qualificação, comprometimento, ou seja, o necessário preparo principalmente no trato com o público” apontou. Patrícia destaca que nem o cartaz que colocou na frente da loja, oferecendo vagas não tem surtido efeito.
No site da Funsat – Fundação Social do Trabalho de Campo Grande –, entre os dias 5 e 8 de julho, constatou-se que das 80 ofertas de vagas de emprego para os mais variados setores da economia, 68 eram para preencher vagas em supermercados, das quais 32 oportunidades destinadas para operadores de caixa, a segunda maior oferta de vagas perdendo apenas para operadores de telemarketing.
Para o líder sindical da categoria o problema só tende a se intensificar com os investimentos que estão sendo feitos neste segmento do comércio. “Com a economia em expansão e a consequente multiplicidade de oportunidades de trabalho, o problema não é apenas de Campo Grande, mas é sentido em todo o Mato Grosso do Sul e em várias regiões do País. Os clientes reclamam das poucas pessoas para atender, as longas filas que se formam e também por consequência afetam as vendas. Hoje há um apagão da mão de obra no setor”, lamentou Adeilton.
(*) Com informações de Assessoria de Comunicação
