06/07/2015 15h30 – Atualizado em 06/07/2015 15h30
Manter relações com menor de idade deixando de ser pedofilia, maior de 16 podendo dirigir…os verdadeiros interesses sobre a maioridade penal.
(*) Marco Antônio dos Santos Araújo
Existem as verdades e as “verdades por trás das verdades”. Você acha que boa parte dos deputados está feliz pela aprovação (em um turno, restam mais) da Maioridade Penal para maiores de 16 anos apenas porque pensa na sua segurança? Não se iluda! No Brasil, boa parte dos políticos tem sua campanha financiada por empresas privadas e, depois, passa a sua vida política defendendo os interesses das empresas, ou os próprios interesses.
Com a maioridade penal, muda-se um texto constitucional que abre portas para a mudança de outras direitos. Se uma pessoa é passível de ser criminalizada como adulto por causa de um crime, por que é proibida de dirigir? Se ela é adulta, então não é mais pedofilia manter relações sexuais com mocinhas ou mocinhos de 16 anos (viu os interesses pessoais aí?).
Quanto a redução da idade para um jovem ter direito a dirigir, o debate é antigo. Já faz tempo que os jovens bem-nascidos de 16 anos querem ter o direito de ganhar o carrão do papai e sair dirigindo sem ter medo da blitz. E a indústria automotiva, cambaleante, está “doida” para explorar esse novo filão. Já tem até propaganda pronta para incentivar “o primeiro carro” da turminha com mais de 16.
Os secretários de segurança estão desesperados. O sistema carcerário brasileiro já não dá mais conta dos maiores presos. Há um déficit de mais de 200 mil vagas nos presídios para adultos. Agora, talvez, teremos que arrumar mais um espaço na “escola do crime” para a “gurizada”.
Enquanto isso, iniciativas de juízes que fazem adolescentes vândalos pintarem muros que picharam, consertarem próprios públicos destruídos ou mesmo multar as famílias por danos causados por um menor, passam desapercebidas.
Tudo vai se resolver com os menores presos como adultos. E ficará mais legal com adolescentes dirigindo e meninas de programa aos 16. E a vida segue…