17/08/2015 20h05 – Atualizado em 17/08/2015 20h05
Enquanto a PRF diz que policiamento excessivo durante o Motoshow foi necessário para manter a normalidade, organizadores do evento já contabilizam prejuízos em festa beneficente
Ricardo Ojeda
Um aparato policial que mobilizou força tarefa composta de várias instituições de segurança praticamente fechou o trânsito da avenida Ranulpho Marques Leal (BR 262), que corta a cidade de Três Lagoas. Denominada Operação Falcon II, 110 policiais da PRF e mais de 40 viaturas foram empregadas durante a operação, que contou com a participação da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Federal e Ministério Público Estadual.
A ação, que começou na quinta-feira e encerrou no domingo à tarde, esvaziou os pontos de concentração dos visitantes, impactando o comparecimento ao Arena Mix, onde acontecia o evento.
Teve casos registrado pelo Perfil News de uma mesmo pessoa ser parada quatro vezes durante o percurso que fazia na Ranulpho Marques Leal. E quando esse cidadão reiterava que já tinha passado pela fiscalização, recebia como resposta do policial, “e, eu te perguntei alguma coisa”, evidenciando aí o abuso de autoridade.
Para dirimir algumas questões o Perfil News participou de uma coletiva, inquerindo o Inspetor Baggio, que comandou a operação. A coletiva teve a participação de apenas dois órgãos de imprensa. Só no final da coletiva chegou uma equipe de uma emissora de TV local.
A seguir a entrevista:
Ricardo Ojeda
Pergunta:Em abril de 2014 a PRF realizou em Mundo Novo a Operação Prometeu. Envolvendo policiais de 15 Estados e um efetivo de 160 pessoas. Aqui em Três Lagoas foram empregos 110 policiais e 42 viaturas. A operação foi tipo “tomada de morro”. Justificava todo esse aparato para uma festa de motociclistas?
Inspetor Baggio
Resposta:Não é o aparato, na verdade é uma instituição trabalhando para a segurança da sociedade. O que existe, é puder mensurar o valor de uma vida, que demonstrado que foi salva, a gente vai pode dizer se o investimento se justifica ou não, ou seja, a partir do momento que a gente consegue estipular o valor de uma vida salva ou de uma pessoa deixa de ser ferida, podemos dizer se o investimento em dinheiro que a Polícia Rodoviária fez aqui pode se justificar. Então fica difícil fazer essa comparação, se foi justificável ou não. Tendo em vista, comparações com outras ações da PRF.
O que nós temos na verdade, é que era uma situação que estava se encaminhando para o descontrole e a sociedade já vinha reclamando sobre isso e recebíamos cobranças sistemáticas, na nossa pequena unidade, com pouca estrutura e estava se encaminhando para um lado para perder o controle. Então foi necessária uma ação, um pouquinho mais firme para que pudéssemos manter a normalidade da situação da cidade”, disse Baggio.
Ricardo Ojeda
Pergunta: Um médico num intervalo de seis a oito quarteirões ele foi parado quatro vezes. Na terceira vez que ele foi parado, e este informou ao agente que havia sido parado anteriormente. O PRF respondeu: “eu te perguntei alguma coisa”? Inspetor, esse procedimento não configura excesso, abuso de autoridade?
Inspetor Baggio
Resposta:Na verdade não existe um controle, uma vez que existem vários pontos de blitz, ela está isenta de ser fiscalizada. É porque neste trajeto que a pessoa pode cometer outra infração de trânsito ou pode consumir bebida alcoólica e vai ser parada. Então, o que nós temos é uma fiscalização que visa trabalhar o problema como um todo, ou seja, não tem como a gente cadastrar um condutor dizendo que ele foi fiscalizado.
Ricardo Ojeda
Pergunta: Mas e se houve excesso do agente?
Inspetor Baggio
Resposta:Se ele acha que houve excesso, para isso tem a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público Federal que realiza atividade de controle externo da PRF e não haveria problema nenhum ele encaminhar uma reclamação ao MPF e estabelecer uma instância diferenciada no superior. Se realmente ele teve um excesso. Agente não vê nenhum problema em averiguar esse tipo de situação”.
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