15/09/2015 08h38 – Atualizado em 15/09/2015 08h38
Quem prestou bem atenção na entrevista concedida pelo ex-governador André Puccinelli (PMDB) na sede do Gaeco, onde deu depoimento como investigado, pôde perceber nas entrelinhas que ele insinuou ser candidato a prefeito na Capital em 2016. Ao responder se havia participado do esquema para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP), ele prontamente negou, porém, se referiu ao progressista como seu melhor cabo eleitoral. Isso pode até não acontecer, mas que ele falou ali com um pré-candidato a prefeito da Capital disso não se tem a menor dúvida.
SIM, NÃO
Dizem que as contradições nos depoimentos dos investigados na Operação Coffee Break, mais as provas documentais que o Gaeco tem em seu poder podem determinar a convocação de mais pessoas para esclarecer o crime. É o chamado ‘efeito cascata’. Um descuido aqui, outro ali, mais a sagacidade do promotor responsável, vão desconstruindo as histórias montadas pelos depoentes. Toda ação que tenta desdizer aquilo que foi dito textualmente será rechaçada por quem é só ouvido nas respostas e louco para esclarecer esse imbróglio.
VAI OU RACHA
O bicho começa a pegar geral lá pelas bandas de Brasília. Além do ensaio de um possível impeachment da presidente Dilma, articulado pela oposição e por aliados descontentes, mais delações premiadas de gente ligada ao escândalo da Petrobras começam a jogar farofa no ventilador. Pelo jeito, não vai sobrar ninguém pra contar a história. Por aqui, a Lama Asfáltica continua em total e absoluto silêncio, o que angustia os nomes citados e, supostamente, envolvidos na roubalheira. O momento de passar o país a limpo é agora, ou não será nunca mais.
LIGAÇÃO
Magnata enrascado, Nestor Cerveró apontou o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) como um dos beneficiados no esquema de pagamento propina da Petrobras, juntamente com outros figurões da política nacional, com Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Líder do Governo no Senado, o petista teria sido beneficiado na divisão de US$ 15 milhões com a compra da refinaria de Pasadena. Ao se defender da acusação, deve jurar que nunca viu um tostão furado da estatal.
DÉFICIT
O prefeito Alcides Bernal reuniu a imprensa ontem para mostrar a situação caótica do município, que anos atrás sempre operou no Azul. Os números do progressista atestam que a Prefeitura tem déficit de R$ 158,6 milhões em setembro. Segundo ele, com despesas previstas para o mês que chegam a R$ 284,1 milhões, a previsão de arrecadação é de apenas R$ 125,3 milhões. Pelo jeito o pepino é grande pra ele descascar.
