25/02/2016 18h41 – Atualizado em 25/02/2016 18h41
Sidnei Ramos
O Brasil acompanha a desconstrução de uma imagem até então idolatrada por milhões de brasileiros. O “Pai do povo” toma a dianteira de investigações criminosas que envolvem o seu nome, o de seus filhos e até de sua esposa. A esperança do povo no Pai se torna cada vez mais frágil, desgastada e – claro – desconfiada.
As mesas que já estiveram fartas, hoje acumulam espaço. Ofertas de emprego e oportunidade de renda fixa se tornam cada vez mais peças de um passado que a emergência do hoje afasta para cada vez mais longe.
Tal como uma releitura do ontem, no agora, acompanhamos com tormenta a remarcação dos preços nos supermercados. O medo chegou até todas as regiões do país. As tais bandeiras que o comercial de TV do partido que não representa os trabalhadores pede que se unam, se fundem sim, mas para pedir socorro. As filas nos hospitais aumentam na mesma medida em que desaparecem as lojas de bairro, as padarias e outros pequenos negócios que provaram o gosto mais doce do desenvolvimento e que agora sente novamente o amargor do fel.
Por mais belos e bem escritos que sejam os discursos, infelizmente, a prática é uma realidade que atordoa os chefes de família nação a fora. Matar um leão por dia, tão comum aos brasileiros, torna-se prática corriqueira enquanto milhões são saqueados de estatais.
O antes incontestável “Pai do povo” tem sido cada vez mais visto como um de nós, como jamais poderia ter deixado de ser. A lei é para todos e para o completo papel da democracia é necessário que exemplos se apliquem e que a honra surrada do povo brasileiro seja lavada.
Lembremos que a principal capacidade de um líder admirado e odeio pelo mundo era a comunicação. Adolf Hitler era capaz do alto de seu 1,75 metro ser o condutor da nação por seus discursos persuasivos. Por isso, em instantes, a admiração pelo “Pai do povo” por milhões em sua nação, se justifica. No país onde o acesso à educação não é prioridade, cobrar por mais criticidade popular é desdenhar da própria origem. Na prova de que nem tudo dura para sempre, o tempo do “pai” está mudando conforme as estações. A aurora irá chegar e a clareza tomará conta Brasil.
(*) Sidnei Ramos – Jornalista