02/06/2016 09h07 – Atualizado em 02/06/2016 09h07
Quem tem a responsabilidade de aceitar ou rejeitar a denúncia do Ministério Público sobre os investigados da operação Coffee Break é o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, o mesmo que afastou Gilmar Olarte do cargo. Por enquanto, 24 nomes figuram como responsáveis pela cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP), fato que o MPE denominou de ‘conluio’. Mas há informações de que alguns nomes não apareceram na lista porque possuem foro privilegiado. Isso quer dizer que mais alguns personagens dessa trama devem surgir a qualquer momento.
FUTURO INCERTO
No que tudo isso vai dar ninguém sabe ainda. O que é possível antecipar, por enquanto, é que os políticos – com ou sem mandato – que aparecem entre os denunciados, assinaram suas sentenças de morte, ou seja, enterraram suas carreiras políticas. A população já deu mostras claras de que não tolera esse tipo de coisa e, sequer, vai querer ouvir suas explicações. Isso quer dizer que a renovação do Poder Legislativo Municipal, nas eleições de outubro, será muito alta, pois a maioria dos envolvidos é de parlamentares no exercício do mandato.
ENCRENCADO
Quem está literalmente em maus lençóis é o empresário João Amorim, dono da Proteco. Preso por suspeita de corrupção na operação Lama Asfáltica, agora figura na Coffee Break como o principal articulador do esquema de compra de votos. Com mais esse abacaxi para descascar, possivelmente terá negado um novo habeas corpus para deixar a cadeia. Com duas acusações no lombo, vai ter que rebolar para se livrar de todo esse embaraço. De repente, pode até negociar uma delação premiada à Justiça para amenizar um pouco seu périplo. Afinal, contar o que sabe pode ser a melhor alternativa.
ABALO
O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) reafirmou ontem a importância do agronegócio para o País e criticou medidas que podem prejudicar o desenvolvimento do setor. “A autoestima do agronegócio está abalada. A presidente afastada Dilma Rousseff assinou decretos que estão prejudicando os produtores rurais”, reclamou. A leitura que o democrata faz é que os governantes estão perdidos, sem saber o que fazer nos casos da prorrogação do CAR (Cadastro de Ambiental Rural) e da autorização de estudos para a concessão de terras para indígenas.
CAR
Zé Teixeira explicou que no caso do CAR, a prorrogação anunciada no dia 5 de maio estendeu o prazo para cadastro por mais um ano. No entanto, o benefício não abrange todos os produtores, apenas agricultores familiares com propriedades de até quatro módulos fiscais. Desta forma, a prorrogação beneficia somente propriedades de até 80 hectares, que ganharam o prazo para se cadastrar ao sistema sem perder os benefícios do Programa de Regularização Ambiental.