14/10/2016 08h11
O comando da campanha de Rose Modesto (PSDB) reúne munições pesadas na tentativa de virar o cenário eleitoral favorável a Marquinhos Trad (PSD), agora apoiado pelo prefeito Bernal (PP). O alto tucanato avalia que a aparição iminente do progressista no horário eleitoral de TV do candidato pode ser nociva se levada em consideração uma série de críticas que ele fez contra o então adversário na primeira etapa da disputa. É que Bernal costumava classificar de quadrilha o grupo político liderado por Nelsinho Trad (PTB), irmão de Marquinhos, e hoje caminha junto.
GAVETA
Sem acordo com o PT para votação da matéria, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), arquivou o projeto que pretendia alterar as regras do Programa de Repatriação de Recursos enviados ilegalmente ao exterior. O programa dá anistia tributária e penal a contribuintes que regularizarem o dinheiro podre, em troca do pagamento de 15% de multa e 15% de Imposto de Renda (IR). Quem perde com isso, são estados e municípios que esperavam uma bolada em suas contas bancárias.
ZERADO
A decisão de Maia jogou uma verdadeira ducha de água fria nas pretensões dos prefeitos que estavam na expectativa de incluir na receita dos municípios o montante de R$ 9,8 bilhões de um total de R$ 40 bilhões que o governo federal iria repatriar do exterior. O dinheiro saiu do país pelas mãos de políticos e empresários, principalmente, que usaram, para isso, métodos fraudulentos para evitar o pagamento de impostos, em especial.
DESACORDO
Na verdade, Maia e os petistas não entraram em acordo sobre a parcela da receita da repatriação a que estados e municípios teriam direito. O partido de Zeca do PT queria aprovar emenda que destinava parcela de toda a arrecadação com a multa aos governadores e prefeitos. O presidente da Câmara, então, articulou para que os estados e municípios tivessem direito a uma parcela da receita da multa, quando essa receita ultrapassasse R$ 25 bilhões. Segundo ele, o valor foi aceito pelos governadores, mas o PT não aceitou.
BATOM NA CUECA
Delcídio (sem partido-MS) confirmou em depoimento ao TSE que a campanha de Dilma e Temer (PMDB-SP) para a presidência recebeu dinheiro desviado da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Para o ex-senador, seria “pouco provável” que a agora ex-presidente Dilma não soubesse que o esquema era articulado para abastecer a campanha eleitoral. O PMDB, partido do então vice-presidente na chapa, teria sido o maior beneficiado com os desvios da construção, de acordo com o petista dedo duro.