16/03/2017 08h01
Não causou nenhuma surpresa até aqui os nomes da lista e a quantidade de emparedados do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviados à Suprema Corte. Até porque, se levar a ferro e fogo o chamado ‘caixa 2’, poderia incluir a maioria dos políticos desse país afora no rol dos culpados sem nenhum medo de errar. Seja a que cargo for, a prática de esconder o que se gastou em campanha vem dos tempos da velha política e, isso, dificilmente vai mudar. É cultural.
FIO DA NAVALHA
Aliás, a única surpresa nesse imbróglio todo é ver que nomes até aqui tidos como intocáveis foram parar na vala comum. Ninguém imaginava, e nem eles mesmos, que um dia a casa fosse cair sem que nenhum fenômeno da natureza precisasse passar pelo Planalto Central. Mesmo que alguns escapem de uma condenação, o julgamento do povo nas urnas será implacável. A situação agora é a seguinte: ‘se correr o bicho pega, se ficar o bicho come’.
MARCADOS
A inclusão de nomes dos principais partidos no envolvimento de crimes como caixa 2, desvios de dinheiro da Petrobras, corrupção ativa e passiva, deve contaminar diretamente a eleição presidencial e, por tabela, as eleições estaduais. Nomes até aqui com boas chances de vitória passam a plano secundário e novas lideranças devem começar a emergir. Com isso, quem passar ao largo desse escândalo pode começar a confeccionar o terno da posse.
SEM PRIVILÉGIOS
Ao lamentar a falta de credibilidade da classe política, Simone Tebet (PMDB-MS) defendeu o fim do foro privilegiado em discurso no plenário do Senado. Na visão dela, para o político correto, é melhor ser julgado em primeira instância. “O fim do foro privilegiado vai ajudar a punir os maus políticos e vai dar duplo grau de jurisdição. Ou seja, Justiça aos bons políticos. No foro privilegiado o agente político só tem uma instância, o STF. Portanto, sou a favor do fim do foro privilegiado. Não dá mais para conviver com o foro privilegiado de quantas mil pessoas diante de 200 milhões de brasileiros.
DIA AMARGO
Presidente da Comissão Especial que analisa a PEC 287, que prevê mudanças na Previdência Social, Carlos Marun (PMDB-MS) foi alvo de críticas durante a manifestação de ontem em Campo Grande. Centenas de manifestantes que participam de protesto nacional contra a emenda constitucional acamparam na entrada do Parque Residencial Dahma II, onde mora o deputado. Ao reagir, disse que o acampamento tinha objetivo de constranger sua esposa, filho e vizinhos.”Não vai abalar minha convicção”, disparou.