18/04/2017 10h46
A aprovação do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) deve ter jogado uma ducha de água fria na cabeça daqueles que têm a pretensão de concorrer ao cargo nas eleições do ano que vem. Bem avaliado, o tucano segue em ritmo tranquilo rumo à reeleição para renovar o mandato por mais quatro anos. Além disso, deve trabalhar um nome que possa sucedê-lo em 2022. Daí em diante, os mandatos passarão a ser de cinco anos e sem direito a reeleger os detentores do cargo.
Passo atrás
Essa avaliação positiva do governo tucano pode desarticular a oposição e alguns descontentes na Assembleia Legislativa. Entre eles, Lídio Lopes (PEN), que perdeu o comando da CCJ para Beto Pereira (PSDB) e andou meio bicudo com a situação. As pesquisas, inclusive, podem baixar a bola de rivais radicais que vislumbram uma trincheira oposicionista em 2018. Sem um palanque forte, entrariam para a batalha sem armas, ou seja, com poucas opções de ataques e em combate extremamente perigoso.
De olho
As regras para as próximas eleições podem mudar ao sabor dos congressistas caso o povo brasileiro não abra os olhos e se posicione a favor do país. Com grande parte deles comprometida com as falcatruas que estampam diariamente os noticiários, é possível que revejam o que já foi mudado e transformem a lei eleitoral numa armadilha em que somente eles não cairão. A lista fechada, por exemplo, é uma das saídas para manter o caciquismo dos mais fortes.
Desfalque
Com uma das menores representações no Congresso, 11 no total, com 8 deputados e 3 senadores, Mato Grosso do Sul acaba virando destaque negativo da política por figurar com três nomes na lista da vergonha. Delcídio já havia saído de cena após ser preso por suspeita de interferência na delação de Nestor Cerveró. Na esteira, vem os deputados petistas Zeca e Vander na mira do STF. Se culpados ou inocentes, só o fim das investigações é que vai dizer se vão pro trono ou não.
Pá de cal
Com essa flechada bem no coração da sigla petista, dificilmente o partido conseguirá aprumar por essas terras. Zeca tem até aqui a intenção de disputar uma das vagas ao Senado e, até ao governo, se puder contar com o apoio da família Trad. Mas esta já se adiantou e se posicionou contrária a essa aproximação. Com isso, sobrará ao tio e ao sobrinho torcer muito por equívocos nas denúncias, para que não virem refém do humor do judiciário, meio azedo ultimamente.
Teta gorda
Aliás, não chegou a ser surpresa a lista de políticos sob suspeita liberada pelo ministro do STF, Edson Fachin. O que surpreende, na verdade, é a quantidade de pessoas supostamente envolvidas em desvios de dinheiro público. Pior é lembrar que é essa mesma turma que vai votar a reforma da previdência que tira direitos do trabalhador. Está na hora do povo refletir sobre o voto e em tudo isso que está acontecendo para, na próxima, riscar essa gente do mapa pra sempre.