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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Por melhores condições de trabalho, agentes penitenciários paralisam atividades em MS

22/09/2017 13h31

Estado tem 900 agentes de custódia para cuidar de 16 mil detentos. Três servidores de Três Lagoas estão marcados para morrer

Lucas Gustavo

Agentes penitenciários de Mato Grosso do Sul, o que inclui Três Lagoas, farão paralisação geral no domingo (24). O manifesto acontecerá nas 54 unidades prisionais do Estado e deve durar 24 horas. A classe de servidores cobra do Governo de MS melhores condições de trabalho e, principalmente, que o efetivo da categoria seja aumentado.

Em entrevista ao Perfil News nesta sexta-feira (22), o presidente do Sindicato da Administração Penitenciária do Estado (Sinsap/MS), André Luiz Garcia Santiago, explicou que, por meio de um ofício expedido na quinta-feira (20), o governador Reinaldo Azambuja foi notificado a respeito do protesto.

Durante a paralisação nas penitenciárias, de acordo com André, não haverá banho de sol, visitas, entrega de alimentação e pertences aos presos, liberação para trabalho, atendimentos aos advogados e oficiais de justiça e liberação de internos dos regimes aberto e semiaberto para visitação em domicílios.

Nas diretrizes da duração do movimento também estão inclusas a interrupção de assistência penal, educacional laborativa e religiosa, além do não atendimento à saúde, exceto em casos de urgência e emergência e recebimento de presos.

PEDIDOS

Conforme o presidente da Sinsap/MS, a entidade sindical clama pela classe, junto ao Governo, desde o início de 2015. “No começo do ano passado iniciamos uma tratativa com Reinaldo Azambuja e, por meio de um diagnóstico apresentamos tudo o que precisava ser feito. O Estado reconheceu a crise no sistema penitenciário, mas até agora não houve nenhuma mudança praticamente’’, disse André.

Segundo André, o sindicato reivindicou a contratação de 1.700 novos agentes, mas apenas 435 vagas foram abertas no concurso público. Desse total, ainda existem 91 aprovados que aguardam nomeação para o cargo. O presidente desabafa que o salário da categoria, dentro da Segurança Pública, é o segundo pior do País.

‘’O sistema prisional já tem recursos financeiros Federais para serem aplicados e, até agora, não aplicaram; isso é um descaso. De um lado, o Governo alega que não tem dinheiro para pagar funcionários, mas, do outro, abre concursos’’, acusou André, se referindo ao certame da Polícia Civil que o Estado desenvolve, além do da Militar, que está sendo planejado.

NÚMERO ASSUSTADOR

De acordo com o presidente, Mato Grosso do Sul conta, hoje, com 1.600 agentes penitenciários. Dessa quantidade, 900 são de custódia, ou seja, que lidam direto com detentos.

‘’Desses 900 temos que dividir por quatro, pois trabalhamos em regime de plantão. Sendo assim, temos uma média de 200 servidores trabalhando por dia nas 54 unidades penais do Estado para cuidarem de 16 mil detentos. Essa é a quarta maior massa carcerária do Brasil’’, explicou ele.

Ainda conforme André, sete agentes penitenciários estão ‘marcados para morrer’. As ameaças partiram de facções criminosas. Dois dos servidores são de Três Lagoas, um de corumbá, um de Naviraí e três de Campo Grande.

OUTRO LADO

Sobre a situação apresentada pelo Sinsap/MS, o Perfil News pediu esclarecimento do Governo do Estado. Até a publicação desta matéria, o e-mail não foi respondido.

 (Foto: Divulgação/Sinsap/MS).

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