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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

‘Pais de Primeira’ ri de situações tragicômicas e subverte a lógica de que mãe é sempre a louca

25/11/2018 07h37

Série estreia hoje na Globo, às 15h30 (horário de Brasília)

BEATRIZ FIALHO / FOLHAPRESS

Quando nasce uma criança, a dinâmica familiar muda. São justamente essas novidades, muitas vezes enlouquecedoras, que movem Taís (Renata Gaspar) e Pedro (George Sauma) em “Pais de Primeira”, série que estreia neste domingo (25) às 15h30 na Globo.

Para criar a primeira filha, Lia, em meio a tantas dúvidas, o casal tem que lidar com os palpites da cunhada Patrícia (Monique Alfradique), uma “mãe perfeita” e a disputa dos avós avós maternos, Sílvia (Heloisa Perrisé) e Luis Fernando (Nelson Freitas), e dos avós paternos, Augusto (Daniel Dantas) e Rosa (Marisa Orth), em uma confusão generalizada para saber quem dá o melhor conselho.

“É uma bagunça, às vezes eles aceitam esses palpites, outras não. Eles vão construindo e descobrindo o próprio jeito. Mas o principal é que eles expõem essas dificuldades”, afirma Sauma. “A série mostra que a maternidade não são só amores, são medos e alegrias também”, completa Gaspar.

Para complicar a situação, o casal descobre a gravidez no dia em que Pedro pede demissão de seu emprego, como criador de jingles para viver um sonho adolescente: ter uma banda com seu melhor amigo, Driguêra (Alejandro Claveaux). Mas a “crise dos 30 anos”, como define Sauma, vai por água abaixo quando ele assume que será o melhor pai possível.

Para os atores, o que guia a série, na verdade, é o amor de Pedro e Taís, que os mantém unidos mesmo quando estão com problemas. “Construímos uma relação muito sólida. O casal tem uma relação intensa justamente por conta dessas turbulências que acontecem com o nascimento da filha, sendo que a todo momento parece que eles não vão conseguir”, afirma o ator. “É uma série terna, sobre amor. O que segura a relação deles é o quanto eles se amam.”

A série, que está disponível na Globoplay, plataforma de streaming da emissora desde domingo (18) passado, foi concebida e tem roteiro final do colunista da Folha de S.Paulol, com colaboração de Chico Mattoso, Thiago Dottori, Bruna Paixão e Tati Bernardi, essa última também colunista do jornal, e direção artística de Luiz Henrique Rios.

A primeira temporada terá seis episódios, exibidos semanalmente até o final do ano. Embora as gravações ainda não tenham começado, a segunda temporada foi confirmada pelos roteiristas e a previsão é que tenha 14 capítulos.

Prata, afirma que tentou desvincular a maternidade dos padrões de gênero e subverter a lógica de que a mãe é “sempre a louca”. Para ele, os dilemas das relações modernas são naturalmente engraçados. “O clichê é a mãe chata e neurótica que fala pro pai, um cara que quer se divertir, como cuidar do bebê. Nós invertemos isso. A mãe aqui é uma mulher trabalhadora, estudiosa, que sempre cuidou da carreira e o pai é a mulher chata da dramaturgia. Ele é o cara que fica aterrorizando.”

Ele também explica que muitas das situações cômicas presentes na série foram inspiradas na experiência pessoal dos autores. “Na sala de roteiristas somos quatro escritores e oito crianças -elas só não estão ali. A pesquisa [para escrever a série] é de nós mesmo, nosso laboratório era diário!”

O diretor Luiz Henrique Rios acrescenta que as situações cômicas nascem dessa ironia em que o bebê é o centro dos maiores conflitos. “É uma das poucas histórias de amor em que o antagonista é o ser mais amado […] E eles são um casal interessante, tentam sempre o jeito mais complexo. Isso é engraçado porque eles estão em um lugar de estresse e estão fazendo o mais difícil.”

Os avós da pequena Lia são diferentes entre si mas têm um ponto em comum: estão sempre prontos para dar um palpite. Marisa Orth, Daniel Dantas, Heloisa Perrisé e Nelson Freitas dizem ter se inspirado em suas memórias e experiências como pais para dar tom à comédia.

“Ficamos lembrando dessa loucura que acontece com os nossos pais quando temos filhos. Eles de repente arranjam o que fazer. É só fazer como na realidade que fica naturalmente engraçado”, disse Orth, 55, que é mãe de João, 20.

Na série, os personagens de Marisa e Daniel Dantas são avós de primeira viagem -e competem com Freitas e Heloisa Perrisé, que já têm dois netos. Ainda assim, são avós jovens e “descolados”. “A minha personagem foi mãe cedo então não foi uma mãezona. Ela agora nem quer ser chamada de ‘vó’. Como o nome dela é Silvia, ela quer que a bebê a chame de ‘vivi'”, diz Perrisé.

A música tema da série foi composta pelo próprio George Sauma, que também é músico. “Se Não Tiver Amor”, ele conta, foi uma composição que publicou em suas redes sociais e chamou a atenção do roteirista, Antonio Prata. “Essa música já estava em voga, porque eu estava cantando nos lugares em que me apresentava. O Prata também achou ótimo e disse que tinha tudo a ver com a série.

Por coincidência, o personagem de Sauma é um compositor de jingles publicitários. “Essa metalinguagem é engraçada. É como se ele tivesse feito a música para a série”. Paralelo à carreira de ator, George Sauma é músico e pretende lançar um E.P com cinco faixas no próximo ano.

Série mostra, de um jeito divertido, os perrengues vividos por pais de primeira viagem. Foto: Divulgação

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