Em 30 dias, número de positivos subiu mais de 500%; Dourados liderou a expansão, com mais de 1800% de crescimento no número de casos; acompanhe gráficos e análise completa da doença no Estado
Há exatamente 30 dias, em 22 de maio, o Estado de Mato Grosso do Sul registrava o número de 805 casos confirmados de contaminações pelo novo coronavírus. Na época, o Secretário de Saúde, Geraldo Resende, e a Secretária Adjunta, dra. Christinne Maymone, insistiam que o Estado, que nunca primou pela obediência ao isolamento social, veria a disparada do número de casos a partir daquele momento.
A população não entendeu o recado. Com a reabertura do comércio, as ruas se encheram de gente fazendo todo o tipo de atividade – mercado, passeios, compras de roupas…
E as previsões se transformaram em realidade. Hoje, 22 de junho, o número de casos confirmados da doença no Estado subiu de 805 para 5391, um incremento de mais de 560%.
Dourados, que hoje é o principal foco da doença no Estado, já soma 1807 casos. Há 30 dias, eram 93 – um aumento de mais de 1800%.
A capital, Campo Grande, também acumula números. A cidade voltou a perder o controle da doença, registrando todos os dias números expressivos. Há 30 dias, a cidade – que era a primeira no ranking de casos no Estado – somava 224 positivos. Hoje, a Capital perdeu o primeiro lugar para Dourados, mas não ficou muito atrás no acréscimo de casos novos: hoje a Capital tem 1142 casos confirmados, mais de 400% de aumento em relação a 30 dias atrás.
Três Lagoas registrou 99 casos novos nesses 30 dias, subindo de 144 para 213, um incremento de 86%.
Comparação entre os casos confirmados e painel de hospitalização em 22 de maio e hoje
Reflexo na hospitalização
Com o aumento exponencial no número de novos casos subiu também o número de pessoas hospitalizadas. Há 30 dias o Estado registrava 32 pessoas internadas. Hoje, são 154, mais de 380% de aumento.
Os leitos de UTI também são ocupados com maior velocidade: em 22 de maio, dez pessoas ocupavam espaços nas unidades de terapia intensiva. Hoje, são 71. Ou seja, das 154 pessoas internadas no Estado, quase metade está em leitos de UTI. O crescimento de ocupação de leitos de UTI cresceu mais de 600% em 30 dias.
Isso já reflete na taxa de ocupação de leitos, que era de 1,4% há um mês e hoje é de 25%, em todo o Estado. No entanto, em alguns lugares o cenário é pior, como em Corumbá, que já flertou com o colapso, atingindo 90% de taxa de ocupação. Hoje, a cidade está com 75% dos leitos ocupados.
Mas, como mostram os números, a situação pode mudar, e mudar rápido.
Casos ativos e recuperados
Outro dado preocupante é que o número de casos considerados ativos (internados + confirmados que ainda não terminaram a quarentena) está muito próximo do número de recuperados, o que significa que a velocidade de novas contaminações ainda está muito alta no Estado. São 2556 casos ativos para 2788 pessoas recuperadas.
Óbitos
O painel de óbitos também é preocupante. Enquanto em todo o mês de maio foram registradas 11 mortes em decorrência da doença, em junho, até agora, já foram 27 as pessoas que morreram pela doença.