Luís Augusto Demori, de Votuporanga (SP), é pai de três filhos pequenos e, por conta da pandemia, entrou em crise e não conseguiu pagar a conta de luz. Após apelo nas redes sociais, clientes fizeram fila e compraram todo o estoque.
GLOBO.COM – A voz embargada ao telefone resume um pouco do drama que o mestre sorveteiro Luís Augusto Demori, de 42 anos, está vivendo durante a pandemia de Covid-19. Proprietário de uma gelateria, ele viu as vendas caírem drasticamente e, consequentemente, não conseguiu quitar as contas.
Nesta terça-feira (11), a energia elétrica de seu estabelecimento, que fica na avenida João Gonçalves Leite, em Votuporanga (SP), foi cortada.
![Moradores compram 3 mil picolés para ajudar dono de sorveteria que teve energia cortada Clientes compraram todos os produtos de Luís — Foto: Divulgação/Jornal A Cidade de Votuporanga](https://s2.glbimg.com/9vAY2HJ6OpWubQTNJUUmY6tl5rs=/0x0:1024x587/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/A/V/F2TYDtS6exgYjdubK32A/sorveteria.jpeg)
Para não ter ainda mais prejuízo, Luís gravou um vídeo e publicou nas redes sociais, anunciando uma promoção. O post viralizou, e clientes fizeram fila em sua gelateria para a comprar seus produtos (veja abaixo).
Em entrevista ao G1, ele contou que, em menos de três horas, vendeu todos os picolés e sorvetes que tinha fabricado e que iriam derreter, pois os freezers usados para guardar os produtos foram desligados.
“Eu vendi tudo e não acreditei. Ainda existem pessoas de bom coração. Além dos clientes, o pessoal me ajudou, me deu dinheiro, R$ 100, R$ 200. Ainda existem pessoas boas e dispostas a ajudar, mesmo em uma crise dessa. Eu não tenho palavras para agradecer”, conta.
Luís é pai de três filhos pequenos e, assim como muitos comerciantes, continua batalhando para tentar manter o negócio, que foi aberto em setembro do ano passado, com um dinheiro que a família tinha disponível.
“Tive algumas dificuldades no começo e, quando tudo estava se ajeitando, veio a pandemia. Fiquei três semanas fechado. Chegou na Semana Santa, veio o desespero, e comecei a fazer promoções, mas vendia muito pouco. Para você ter ideia, eu cheguei a vender R$ 1, R$ 34 por dia”, diz.
![Moradores compram 3 mil picolés para ajudar dono de sorveteria que teve energia cortada Clientes compraram todos os produtos de Luís — Foto: Divulgação/Jornal A Cidade de Votuporanga](https://s2.glbimg.com/9vAY2HJ6OpWubQTNJUUmY6tl5rs=/0x0:1024x587/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/A/V/F2TYDtS6exgYjdubK32A/sorveteria.jpeg)
Ao G1, o morador de Votuporanga também relatou que vendeu mais de 3 mil picolés nesta terça. Contudo, a quantia recebida, infelizmente, ainda não será suficiente para quitar as dívidas que possui.
“A conta de energia está em mais de R$ 17 mil. Fiz um parcelamento, mas o valor ainda é muito alto. Para ajudar, me deram uma ordem de despejo, e eu pago o aluguel desse prédio também. Eu estou em um desespero muito grande”, conta.
![Moradores compram 3 mil picolés para ajudar dono de sorveteria que teve energia cortada Luís é proprietário da gelateria e fabrica todos seus produtos em Votuporanga — Foto: Reprodução/Facebook](https://s2.glbimg.com/w_OK8_bzSDPwe6D0XoKkf9ezv48=/0x0:748x1002/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/U/R/sKE0AQTTCyQUBX76rAmA/luis.jpeg)