Prestadoras de pequeno porte conectam locais mais afastados e viram número de clientes crescer 43% desde março
A pandemia da COVID-19 e todas as mudanças desencadeadas por ela, com aumento do trabalho na modalidade home office, aulas online e lazer com jogos virtuais e serviços de streaming, gerou impacto nos números da internet em Mato Grosso do Sul, principalmente para as chamadas PPP’s (Prestadoras de Pequeno Porte). Segundo dados da Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), de março até agora os provedores regionais registraram alta de 43% nas contratações de banda larga.
ÁREAS AFASTADAS
Os provedores regionais atuam em todos os municípios sul-mato-grossenses e levam conectividade para áreas mais afastadas, onde as grandes operadoras ainda não chegam. “Em áreas remotas, como cidades do meio rural, assentamentos e aldeias, a procura por internet nesse período dobrou. Houve uma sensação de necessidade maior do que se tinha antes, porque a pandemia exigiu que todo mundo estivesse conectado, e as pessoas enxergaram nos provedores regionais essa solução”, afirma Dário Burda Jr, presidente da APIMS (Associação dos Provedores de Internet de Mato Grosso do Sul).
DEMANDA CRESCENTE
De março a julho, a modalidade dos PPP’s viu um aumento de mais de 360% no número de acessos mais velozes, em comparação com o mesmo período de 2019. As grandes operadoras também registraram aumento, mas de apenas 73,5%, o que comprova o crescimento significativo das empresas regionais. Em algumas cidades de Mato Grosso do Sul, há áreas que dependem exclusivamente dos pequenos provedores, que representam mais de 60% das empresas que fornecem internet para o Estado.
CONSUMO
Erik Fogtman, diretor técnico da Rede 10 Internet, que atende a cidade de Corumbá, foi um dos que sentiu essas mudanças. “A gente teve um aumento muito expressivo de utilização da internet durante a pandemia, o consumo dos clientes cresceu entre 60 e 80%. Além do consumo, vimos também que o tempo e a quantidade de pessoas dentro de cada lar que acessa à internet aumentou expressivamente, mais do que duplicou o tempo que as pessoas passam conectadas”, conta.
“Em áreas remotas, como cidades do meio rural, assentamentos e aldeias, a procura por internet nesse período dobrou. Houve uma sensação de necessidade maior do que se tinha antes, porque a pandemia exigiu que todo mundo estivesse conectado, e as pessoas enxergaram nos provedores regionais essa solução”
Além do aumento nas contratações, houve procura significativa por troca de planos de internet, para melhorar a velocidade e a qualidade da conexão. “Houve aumento de 25% de consumo em todo o Estado e um aumento de mais de 30% na procura por planos de internet para contratação ou upgrade”, relata o presidente da APIMS. Segundo Dário, a expectativa para os próximos meses é que esses números se mantenham, pois muitos hábitos do “novo normal” vieram para ficar, e as empresas regionais estão se adaptando para continuar atendendo com qualidade.