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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Saúde mental em tempo de pandemia

Por Ana Paula Escorsin*

A covid-19 impacta a vida das pessoas com a mudança na rotina e nas relações socioafetivas, coloca as organizações e os indivíduos diante de uma constatação: a necessidade de olhar para a saúde mental. 

A saúde mental não é o contrário de doença mental, mas a capacidade de uma pessoa compreender que: ninguém é perfeito; os limites existem; as mudanças fazem parte da vida; é possível lidar com o cotidiano de forma equilibrada e vivenciar emoções como tristeza, raiva, frustração, amor, satisfação, alegria, tudo isso faz parte do dia a dia.

A quarentena coloca restrições sociais, crianças e adolescentes estudando em casa ou sem escola; pais, mães, companheiros (as) e amigos (as) fazendo tele trabalho; alguns perderam os seus empregos ou tiveram recursos financeiros alterados. O isolamento estreita os espaços, tem-se a sensação de confinamento pela pouca autonomia de mobilidade. Tal estreitamento pode acarretar conflitos familiares, dificuldade nas relações de trabalho e na relação da pessoa consigo mesmo.

Há a impressão de se estar vulnerável, o que não é sinal de fraqueza. A vulnerabilidade é uma característica do ser humano, uma vez que incerteza, risco e exposição emocional estão presentes na vida de qualquer um. A pandemia trouxe à tona, a vulnerabilidade como uma oportunidade para se acolher as emoções do cotidiano.

Essa experiência vem elevando o grau de algumas perturbações, como:

– Estresse: um conjunto de reações não específicas desencadeadas quando uma pessoa é exposta a um estímulo ameaçador. Ao chegar à fase de exaustão, pode alterar o mecanismo de adaptação promovendo esgotamento físico, mental, psicológico e o aparecimento de doenças mais graves. 

– Síndrome de Burnout: uma doença relacionada ao elevado e crônico estresse em relação ao trabalho. Está constituída de um conjunto de sintomas que afetam as condições físicas, mentais, emocionais e familiares, pode causar enfermidades graves.

– Ansiedade: refere-se à excitação no sistema orgânico, constituída por uma série de efeitos musculares como taquicardia e tremores, ligada a alguma situação ou experiência. Caracteriza-se por uma sensação de medo ou nervosismo, acarreta dificuldade de concentração, fadiga e insônia. Em estado mais grave, desenvolve-se síndrome do pânico.

– Depressão: caracterizada pela perda da autoestima, da motivação e da energia vital. Pode trazer à pessoa, a sensação de baixa possibilidade para alcançar objetivos pessoais e/ou profissionais, em razão de se sentir desorientada, triste e com vazio interior.

O que fazer? 

Identificar que algo não vai bem, é o primeiro passo. Rever rotinas, prioridades, delegar responsabilidades e aprender a dizer “não” são as próximas ações. Procurar ajuda é fundamental, pois a saúde mental é a capacidade de a pessoa buscar ajuda quando se encontra diante de alguma dificuldade para lidar com as diferentes transformações que estão acontecendo em sua vida. 

A quem recorrer?

Sugere-se que a profissionais da área de saúde, como: médico, psicólogo, psiquiatra, enfermeiro, assistente social ou, também, uma pessoa de confiança, como gestor, familiar, amigo ou um mentor religioso. 

Conflitos, dilemas e perturbações são típicos do ser humano.  O cuidado com a saúde mental precisa fazer parte do cotidiano e da vida de qualquer pessoa.

Ana Paula Escorsin é psicóloga e professora do Centro Universitário Internacional Uninter, especialista em psicologia analítica, com formação em coaching e mestrado em educação. 

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