São dias confusos e diferentes. O carnaval é um período tão importante para o Brasil que já virou mania dizer que “o ano só começa depois do carnaval”.
No entanto, o Carnaval é uma data polêmica. Para muitas pessoas, simplesmente o Carnaval não faz sentido. Uma pesquisa informal realizada na página do Perfil News perguntava o que as pessoas estavam achando do “Carnaval sem Carnaval”. A imensa maioria dos participantes reagiu positivamente. Muitos diziam que estava “perfeito” e que esse era o “melhor carnaval da vida” (veja abaixo).
No entanto, o buraco é mais embaixo. Tradição em várias cidades do Brasil, o Carnaval é a principal fonte de receita do ano para muitos profissionais. E, em um ano em que não há celebrações, o que será dessas pessoas?
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) calculou o tamanho do rombo: o cancelamento das festas fará com que deixem de circular no país mais de R$ 8 bilhões.
A indústria do Carnaval vai muito além dos desfiles que passam na TV. Inclui toda a hotelaria, receptivos turísticos, pequenas confecções especializadas em fantasias e adereços decorativos, músicos – e chega até ao ambulante e ao catador de latinhas.
Para se ter uma ideia, a fabricante de bebidas Ambev divulgou uma parceria com a Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (Ancat) para doar R$ 100 de auxílio financeiro a 2,8 mil catadores em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador.
O que será dessas pessoas, que terão de esperar até o Carnaval do ano que vem, é uma pergunta muito difícil de responder.