Para presidente da Associação Comercial, varejo não suportará mais uma paralisação de atividades; entidade exige explicação sobre leitos não habilitados
(*) Atualizado às 15h45 para correção de informação
As redes sociais de bares e restaurantes de Três Lagoas foram inundadas, na noite de ontem, 3, por protestos contra um iminente fechamento, devido ao momento crítico de ocupação de leitos de UTI devido ao avanço da Covid.
No banner compartilhado nos perfis do instagram da maioria dos estabelecimentos do setor de bares e restaurantes o recado era claro: “Estamos Sufocados”.
Ainda segundo o comunicado, os comerciantes estariam trabalhando há um ano com a capacidade reduzida, seguindo os protocolos determinados, e o poder público não estaria fazendo sua parte, com a abertura de novos leitos, fiscalização de festas clandestinas e suspensão de pagamentos de tributos e impostos.
Momento mais crítico
O Presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, Fernando Jurado, fez coro aos protestos dos colegas comerciantes nas redes sociais.
“O momento é o mais crítico desde março de 2020, quando fechamos pela primeira vez”, diz Jurado, que teme que a cidade volte a fechar o comércio não essencial por decreto. “Nunca estivemos tão perto de um novo fechamento”, disse.
No entanto, para Jurado, os comerciantes já deram sua parcela de sacrifício na história. “É inadmissível voltar a falar em fechar o comércio enquanto o pessoal da Saúde não explique porque os leitos que a cidade precisa estão fechados. Não aceitamos nem começar a conversar sobre fechamento enquanto não tiver esse posicionamento”, afirmou.
Os leitos a que Jurado se refere são os que foram desabilitados pelo Ministério da Saúde, que os retirou em outro momento da pandemia, quando a ocupação era baixa. “Tem 20 leitos parados. Se reabrir dá para ter mais tranquilidade numérica. Não vamos nem discutir sobre fechar o comércio até que resolvam essa situação”, disse, categórico.
Segundo Jurado, essa explicação foi pedida na última reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid e deve ser discutida, novamente, na reunião de hoje, 4.
“Fechar para não abrir mais”
De acordo com Jurado, não há uma estimativa oficial sobre quantos CNPJ foram encerrados desde o início da pandemia, mas o Presidente da ACITL acredita que cerca de 15% dos comércios da cidade tenham fechado definitivamente neste período.
“Uma coisa é certa”, disse. “Se voltarmos a ter outro fechamento, o comércio varejista não vai resistir. Muita gente vai fechar para não abrir mais”, prevê.