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Três Lagoas
terça-feira, 19 de novembro de 2024

DOAÇÃO: “Precisava retribuir tudo que a cidade já fez por nós”

Empresário Magid Thomé que doou ao município 23 mil metros quadrados para construção de Hospital Universitário de Três Lagoas

DOAÇÃO: “Precisava retribuir tudo que a cidade já fez por nós”
E, 10 de junho de 2014 o empresário Magid Thomé, acompanhada pela família assinou o termo de doação da área para a construção do Hospital Regional de Três Lagoas (Foto: Ricardo Ojeda)

Era 2014 quando o três-lagoense vibrava com a notícia de que seria implantado o curso de Medicina na UFMS Campus Três Lagoas. Na metade do ano o curso foi aberto, aprovado pelo MEC (Ministério da Educação), com 60 vagas e já constituído por um corpo docente de 60 profissionais, inseridos na mentalidade e diretrizes do Programa de Saúde da Comunidade.

Dois anos depois, mais uma conquista: UFMS inaugura o prédio da Faculdade de Medicina. As aulas, até então, eram ministradas provisoriamente no Campus II da Universidade. Junto à conquista veio um possível pesadelo: a ameaça de encerramento das atividades do curso.

A Universidade possuía convênio com o Hospital Auxiliadora para fornecer os estágios para os alunos de Medicina; porém, em dado momento, o hospital alegou que era um alto custo para atender aos 76 estudantes.

Neste período, a UFMS comunicou que a oferta de vagas poderia ser suspensa para o próximo ano.

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A ESPERANÇA

Assim que foi divulgado o projeto de um Hospital Universitário de Três Lagoas, o empresário Magid Thomé Filho viu uma oportunidade de retribuir à cidade um pouco da história de sua família: doou ao município um terreno de 23 mil metros quadrados, no Distrito Industrial (BR-158), onde atualmente é a construção do Hospital.

À época, ainda em seu primeiro mandato, o prefeito Ângelo Guerreiro declarou que aquilo tudo era a realização de um sonho. “O hospital representa um avanço à saúde de Três Lagoas e toda a região. Vai atender à demanda do município e da população do Bolsão, que tem a nossa cidade como referência no atendimento à saúde. Vai ampliar a quantidade de leitos, médicos e vai auxiliar na formação dos alunos de medicina da UFMS. É a realização de um sonho e uma grande conquista para a cidade”.

Em seu projeto o Hospital conta com mais de 150 leitos, divididos em 6 pré-parto, parto e pós-parto; 3 indução e recuperação de pacientes; 5 de observação pediátrica; 22 observações paciente; 2 observações psiquiátricas; 10 UTI cirúrgica; 10 UTI clínica; 48 enfermarias; 4 internações isolamentos; 8 semicrítico; 12 preparo e recuperação pós-anestésica e 8 observação e recuperação do paciente.

DOAÇÃO: “Precisava retribuir tudo que a cidade já fez por nós”

A HISTÓRIA

“Meu avô, Egydio Thomé, chegou aqui em 1910, a cidade foi fundada em 1915, então ele foi um dos pioneiros na história de Três Lagoas. Ele veio do Líbano, casou-se em 1922 com a minha avó, Hassibe Thomé, e tiveram todos os filhos aqui. Hoje, todo o nosso patrimônio é de Três Lagoas. Tudo que nossa família construiu está aqui”, conta o empresário sobre a história da família.

Por isso, Magid sentiu que precisava, de alguma forma, retribuir à cidade tudo o que esta terra já fez, direta e indiretamente, por sua família. Ele também destaca as atividades de seus irmãos, Murilo Tebet Thomé, Valéria Egídio Thomé e Leandro Tebet Thomé, empreendedores que investem na cidade, gerando empregos e renda para Três Lagoas. 

Fiz a doação da área como uma retribuição pelo que a cidade fez por nós. Foi uma forma de gratidão à Três Lagoas. E sabendo que a Faculdade de Medicina estava no seu segundo ano e corria o risco de fechar por falta de um hospital-escola, eu me senti na obrigação de fazer alguma coisa e poder retribuir isso para a cidade”, acrescenta.

DOAÇÃO: “Precisava retribuir tudo que a cidade já fez por nós”
Em 20 de outubro de 2017 o governador Reinaldo Azambuja durante vistoria ao local onde iniciava a construção do Hospital Regional de Três Lagoas (Foto: Agesul/Divulgação)

Sobre o valor estipulado que seria o aluguel do terreno ou a venda, o empresário prefere não comentar. “Quanto a preço, valores, eu não gosto de calcular porque foi dado de coração, e em presente a gente não pode colocar preço”, finaliza.

*Esta matéria faz parte de uma série de reportagens especial em homenagem aos 106 anos de Três Lagoas, que enaltece e valoriza a solidariedade e o afeto três-lagoense, principalmente durante o período difícil que marca o ano de 2020 e o primeiro bimestre de 2021.

(*) Beatriz Rodas

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