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terça-feira, 8 de outubro de 2024

MS pode se tornar autossuficiente em produção de fertilizante natural

*Com informações da Semagro

O fosfato fornece o fósforo para a planta, sendo essencial para ela se desenvolver, uma das principais funções permitir a captura e conversão da energia do sol em compostos úteis para as plantas

Mato Grosso do Sul pode se tornar, nos próximos anos, autossuficiente na produção de fosfato, que é um fertilizante natural sem beneficiamento químico e tem grande importância na produtividade do setor agrícola.

Um dos investimentos para elevar a oferta do fertilizante está sendo feito pela Edem Mineração que já tem uma mina, localizada no município de Bonito, que está em operação desde julho de 2018. O projeto possui 70 km de extensão inserido em região de grande expansão agrícola. As reservas calculadas são de 11,5 milhões de toneladas em dois depósitos.

A meta agora é ampliar a produção passando de 135 mil toneladas por ano para 200 mil toneladas.

 A região da Serra da Bodoquena tem um potencial gigantesco de novas reservas com teores maiores de fósforo.

“Com este empreendimento o Mato Grosso do Sul se tornará autossuficiente na produção de fosforo, já que as novas áreas em pesquisas são muito promissoras”, salientou Verruck, lembrando que a meta em breve é que o Estado deixe de importar o fertilizante, de suma importância para o agronegócio.

O secretário executivo da Cadeia Produtiva da Mineração da Semagro, Eduardo Pereira explica que o produto não tem incompatibilidade com outros fertilizantes; é farelado, de fácil manuseio e aplicação; tem pH alcalino, o que ajuda na correção de solos ácidos, como os do Brasil e não empedra. O teor médio de fosforo encontrado na região de 12% de P2O5.

Pereira lembra ainda que existe em Miranda uma outra empresa de mineração, a Hori que está com vários requerimentos na região de Miranda, um pedido de portaria de lavra pesquisando fósforo com teores que vão de 6% a 12%.

Aumento da produção

Segundo o diretor regional do projeto da Edem, Tiago Pereira, que é engenheiro de Minas a expectativa é de investimento de R$ 50 milhões nos próximos 5 anos. Atualmente a empresa comercializa o fosfato para usinas de álcool, sojicultores, pecuaristas (para reforma de pastagens), agricultura familiar (mandioca e hortaliças). “Fizemos o primeiro piloto de exportação para Bolívia (3 mil toneladas), estamos conversando com produtores do Paraguai e Argentina para futura exportações”, salientou. No ano passado a Edem arrecadou mais de R$ 600 mil em taxas de mineração no Estado.

Pereira salienta que Mato Grosso do Sul está produzindo fosfato natural reativo, de liberação gradual é muito adequado para a agricultura moderna. “É o plantio com menor pegada de carbono, maior atividade biológica no solo e maior fertilidade do solo a longo prazo. A ideia é investir no solo e o solo dar o retorno para planta, então esse é um fosfato muito adequado para isso”, explicou o engenheiro.

O geólogo Gustavo Guerra, um dos diretores da Edem Mineração, ressaltou a importância do apoio dos órgãos governamentais neste projeto, por meio da Semagro, as parcerias com as universidades Federais, Estaduais e particulares. “Destacamos aqui a USP, através do Prof. Dr. Paulo Cesar Boggiani, com Agraer, Embrapa e com associações de pequenos agricultores familiares. Mostramos aos alunos a importância da mineração de baixo impacto, com lavra a céu aberto, praticamente sem rejeito, ou seja, uma sala de aula na natureza em um lugar maravilhoso como a Serra da Bodoquena”, enfatizou.

A expectativa é de que a empresa gere mais empregos na região. Hoje ela emprega 40 colaboradores diretos e mais 50 indiretos. A produção mensal estimada é de 11,5 mil toneladas/mês, mas a reserva aprovada chega 11 milhões de toneladas com solubilidade média de 30%. “Estão em reservas em analise e pesquisas cerca de 70 mil hectares”, lembrou Eduardo Pereira.

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