O Grupo trouxe três Medalhas para a cidade e foi selecionado para participar de um festival de dança internacional que vai acontecer na Argentina, em 2023
A equipe do Pole Studio A, trouxe três medalhas para a cidade de Três Lagoas após o grupo participar da 10ª edição do Festival Nacional de Dança Corpo e Alma, que aconteceu no último dia 30 de julho, na cidade de Ilha Solteira, em São Paulo.
Com o amor pela dança correndo nas veias, mas sem conseguir um patrocínio para ajudar nos custos da viagem, a equipe foi participar do evento com recursos próprios. Mesmo com toda a dificuldade, o grupo voltou vitorioso para Três Lagoas, trazendo uma medalha para cada lagoa da cidade.
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Professora de dança há 12 anos, Adriana Cézero, contou ao Perfil News, que a equipe participou da categoria estilo livre e levou a cultura do pole dance para todo o Brasil. Quebrando os tabus que existem com a dança, a professora ressalta que o estilo não é apenas sensual, mas requer força e muita técnica.
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O Pole Dance foi por muito tempo visto somente como uma dança sexual de casas de shows, como clubes de stripp, onde as mulheres ficavam seminuas e se exibiam por meio de danças em uma barra vertical de metal para os homens em troca de dinheiro. Apesar disso, depois de anos e evoluções, nos dias atuais há uma valorização da prática, não mais com o intuito de erotismo ou sexualização masculina, mas sim com o de empoderamento e liberdade.
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Após se popularizar, se tornar mais frequente e normalizada, a dança foi recentemente reconhecida pela Gaisf (Global Association of International Sports Federation) como um esporte e é cogitado para entrar como modalidade na próxima olimpíada, a Paris-2024. Além disso, existem escolas que dão aulas da modalidade, permitindo que as dançarinas aprendam a nova categoria de esporte sem essa visão machista ultrapassada.
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Apesar desses progressos, professoras e atletas ainda sofrem com os tabus presentes nas vidas das pole dancers. A dança é vista da forma errada, apenas um intuito sexual, existindo ainda um tabu sobre o assunto, principalmente quando as artistas divulgam o trabalho. Além da sexualização feminina, existem também preconceitos com os corpos das dançarinas tendo em vista o estilo de roupa que a dança exige para conseguir se segurar na barra.
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Os preconceitos e tabus não param por aí e Adriana resolveu quebrar paradigmas durante o festival que aconteceu no interior de São Paulo. Mulheres, homens, adolescentes e crianças participaram do campeonato, mostrando que o pole dance é uma arte que não tem sexo nem idade.
Mesmo que haja diversas dificuldades na aceitação social do pole dance, o estilo é de grande importância. É uma dança que leva autoconhecimento e aceitação para quem pratica.
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Entre os medalhistas estavam um homem e uma criança de 12 anos. “Muitas pessoas acham que o pole dance é só uma dança sensual, mas não é. A menina de 12 anos que ganhou a medalha, por exemplo, não tinha nada de sensual na sua apresentação. Pole dance é força e técnica. A criança foi extremamente aplaudida pelo público. Um medalhista também era homem, mostrando que o pole é para todos e não apenas para mulheres”, disse.
Selecionados para o Festival Mercosul de Dança x falta de patrocínio
O mesmo grupo medalhista também foi selecionado para representar a cidade de Três Lagoas na Argentina em 2023, mas a falta de patrocínio é o grande impedimento para o grupo ‘criar asas’ e representar a cidade pelo mundo.
“Tudo tem custos, além da equipe que participa, também temos pessoas que nos ajudam a levar os equipamentos. Tem as inscrições, combustível, comida e hospedagem. Tudo sai muito caro, ainda mais se for em outro país. No último festival tentamos patrocínio de todas as formas, mas não conseguimos. Espero que para a Argentina a gente consiga, pois, vamos representar a nossa cidade”, disse a professora.
Fotos: Renan Soares