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sábado, 20 de julho de 2024

Semana de celulose e papel promove palestras e ‘desvenda mitos’ da celulose que ‘assombram’ a população

Professor do IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), José Otávio Brito conversou com o Perfil News  e disse que  existem mitos e desinformação. “O debate vai prosseguir, mas necessita ser realizado com base em princípios”

Acontece nesta semana em Três Lagoas, a 10ª Semana de Celulose e Papel. A Suzano está sediando o evento, que começou nesta terça-feira (3) e segue até quinta-feira (25). Com o tema “Tecnologias verdes como suporte à transição do setor de celulose e papel para uma economia de baixo carbono”, o encontro traz várias palestras para deixar a população informada e sucessivamente acabando com mitos existentes na sociedade.

Semana de celulose e papel promove palestras e ‘desvenda mitos’ da celulose que ‘assombram’ a população
O evento debateu sobre tecnologias verdes como suporte à transição do setor de celulose e papel para uma economia de baixo carbono (Foto: Isabella Ferreira)

O Professor do IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), José Otávio Brito conversou com o Perfil News. A entidade, criada em 1968, é uma associação sem finalidades lucrativas, formada por empresas privadas que têm como objetivo o desenvolvimento de estudos e pesquisas cooperativas com foco em plantações florestais.

DESERTO VERDE

Brito relatou sobre o crescimento do setor da celulose em Três Lagoas e região. O mestre também esclareceu temas que ainda ‘assombram’ parte da sociedade que acredita que a mata nativa estaria perdendo espaço para o temido ‘deserto verde’.

Semana de celulose e papel promove palestras e ‘desvenda mitos’ da celulose que ‘assombram’ a população

José abriu o evento como palestrante. Ele ressalta que ainda existe muita gente sem informação sobre o tema e destaca que o termo correto seria plantações florestais.

“Existem mitos. É um assunto que vem permeando a história e ainda existe desinformação. O debate vai prosseguir, mas necessita ser realizado com base em princípios. É importante avaliarmos a questão de forma científica. O termo deserto verde foi indevidamente empregado e, na verdade temos que ver a floresta na sua finalidade. Quando a comparamos com o deserto verde, poderíamos comparar o mar com o deserto azul. As plantações florestais, sendo o termo adequado, também têm as suas riquezas. Claro que precisamos ter cuidados, mas vejo com otimismo a fabricação de maneira sustentável. Não digo que tudo é uma maravilha, mas com uma respeitamos o meio ambiente, os fatores econômicos e sociais”, explicou.

DURANTE O INTERVALO PARA COFFEE BREAK, O PROFESSOR CONVERSOU COM O PERFIL NEWS

NOVAS FÁBRICAS

A cidade de Três Lagoas já possui 3 fábricas de celulose, número que deve aumentar, já que uma empresa está sendo instalada em Ribas do Rio Pardo e outra no município de Inocência. Em breve, numa circunferência de 250 quilômetros, a região do Bolsão vai ter 5 fábricas do mesmo setor.

Três Lagoas desenvolveu-se muito nos últimos 20 anos. Com a chegada das indústrias de celulose, o município deu um salto no número da população. Trabalhadores de vários Estados do país instalaram-se na cidade em busca de empregos.

Semana de celulose e papel promove palestras e ‘desvenda mitos’ da celulose que ‘assombram’ a população
A Suzano possui duas plantas de celulose em Três Lagoas responsável pela produção de 3, 250 milhões toneladas/ano (Foto: Ricardo Ojeda)

Logo na construção da primeira indústria de celulose, aproximadamente 10 mil trabalhadores deixaram as suas cidades e vieram para Três Lagoas em busca de melhores condições de vida. Com o ‘boom’ na população, o município que tinha ‘cara de interior’ e vivia exclusivamente do agronegócio teve uma ‘mudança radical’ misturando culturas de várias regiões do Brasil.

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Semana de celulose e papel promove palestras e ‘desvenda mitos’ da celulose que ‘assombram’ a população

O professor acredita que as cidades de Inocência e Ribas do Rio Pardo, municípios que em breve terão as novas fábricas de celulose de Mato Grosso do Sul, terão um enorme desenvolvimento econômico. José destaca que economia pode andar lado a lado se existir gestão. A celulose trabalha para o desenvolvimento, mas sem esquecer as questões ambientais.

 “Economicamente a celulose tem uma crescente demanda mundial e trabalha com recursos de origem vegetal, o que é fantástico. A perceptiva é ampla e efetiva. A região está trazendo os empreendimentos. Tudo ao redor é movimentado, fatores econômicos, sociais e ambientais. O Brasil tem nove milhões de plantações florestais, mas poucas pessoas sabem que o setor conserva mais 4 milhões de áreas de preservação. As combinações são fundamentais para a manutenção do sistema ecológico. A sociedade está atenta, os órgãos oficiais  estão atentos. Os empreendimentos que chegam estão preocupados com certificações”, ressaltou.

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