No futebol, a função de lateral exige bastante fôlego dos jogadores. Eles recuam para fechar a defesa e avançam ao ataque para servir aos atacantes. Vilmar Roberto Dias fazia bem esse vaivém pelos lados do campo, tanto que seu preparo físico chamou a atenção para outro esporte: a corrida de rua.
Vilmar trocou a chuteira pelo tênis pela primeira vez em 2010 e, desde então, nunca mais largou o atletismo. Decisão tomada com um empurrãozinho da família, que viu na Volta das Nações a oportunidade ideal.
À época, a principal prova de rua de Mato Grosso do Sul mobilizava milhares de corredores profissionais e amadores em Campo Grande.
“Eu jogava futebol amador, jogava campeonato e tudo. Meus irmãos falaram para eu ir para a corrida, diziam que eu corria bem e me daria bem. Foi quando meu irmão fez minha inscrição para a Volta das Nações sem eu saber. Fui para a prova sem treino nem nada, só com o preparo físico de futebol mesmo. Corri bem, mas fiquei uma semana dolorido”, relembra o atleta.
Hoje, aos 39 anos, Vilmar está firmado no atletismo e consegue viver exclusivamente do esporte graças a bolsas e patrocínios. No currículo, o atleta acumula medalhas e resultados expressivos em competições de nível nacional e internacional.
Neste ano, o atleta terá a oportunidade de voltar a disputar uma prova em casa: a Corrida do Pantanal, marcada para o dia 9 de outubro. O evento, que será realizado em Campo Grande (MS), sucede o legado da Volta das Nações, evento que ajudou Vilmar a se consolidar no esporte.
“A Volta das Nações me ajudou muito para eu estar até hoje no atletismo. Uma das minhas maiores conquistas foi a ida para Tóquio, em 2021, como atleta-guia da seleção brasileira. Estive morando dois anos e fazendo intercâmbio em São Paulo para poder guiar a atleta Edileuza Souza na maratona em Tóquio. Também estive na Inglaterra e na Argentina acompanhando o Yeltsin Jacques. Tudo isso foi uma grande conquista, você poder conhecer o mundo”, conta.
Especialista em provas de fundo, Vilmar chega a correr até 140 km por semana.
Vilmar é especialista em provas de fundo, que testam a resistência do competidor com distâncias que variam de 5 a 42 quilômetros. Para chegar ao dia da corrida em ótimas condições físicas e técnicas, o atleta treina seis dias por semana em uma série variada de atividades. Atualmente, Vilmar corre até 140 km por semana como forma de se preparar para corridas de longa duração.
“Tem treino de fortalecimento e academia, treino de rampa, treino de resistência. Tem também o treino de velocidade, que é o tiro, no linguajar do atleta, feito na pista. São várias voltas com intervalos curtos de descanso. Aí tem o treino longo, no sábado ou domingo, com distância maior, de 25 ou 30 km”, explica o corredor.
Na Corrida do Pantanal, Vilmar irá disputar a prova de 15 km. Recuperado de lesão no tendão sofrida há um mês durante um evento em Assunção, no Paraguai, o atleta ajusta os últimos detalhes na rotina de treinos para fazer uma boa prova em casa. Para quem quer dar os primeiros passos no esporte, Vilmar dá uma dica bem simples: basta começar.
“Quem começa não para mais, tenho certeza. A corrida vai te dar uma vida mais saudável, você vai conhecer boas amizades. Comece na caminhada, um trotezinho bem leve, e quando for ver, já está correndo 5 ou 10 km e vai se enturmando com os grupos de corrida que tem aí, e vai criando novas amizades, e não quer parar mais”, finaliza.