Na cidade que a senadora foi prefeita por dois mandatos, ela obteve 3.590 votos no 1º turno da eleição presidencial
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) reconheceu que “mergulhou em um abismo” ao apoiar Lula (PT) na disputa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu sabia que seria a decisão mais importante e mais arriscada da minha vida política”, disse, em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira, 28.
Em Três Lagoas, algumas pessoas apoiaram o posicionamento da senadora, mas outras fizeram duras críticas e chegaram a chamá-la até de traidora.
“Triste a história dessa Senhora, que tantas vezes depositei meu voto, mas jamais votarei outra vez. Não está do lado do povo”, disse um internauta.
Segundo a parlamentar, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, a sua aliança com Lula é “por convicção, e não cargo”. Os eleitores não acreditaram que Simone não tenha interesse no cargo público e ressaltam estarem decepcionados com ela.
“Por um cargo eles passam por cima de tudo e de todos”, disse um leitor. “Falta de caráter mesmo”, ressaltou outro internauta.
NA LAMA
“Tudo por uma pasta, um ministério. É a famosa troca de favores levando a corrupção. O interesse pelo poder faz as pessoas cometerem loucuras, se contradizem a todo instante. Ela é uma vergonha para o nosso Estado e nossa cidade. Jogou o nome do pai na lama”, disse uma leitora.
A emedebista teve 4,16% dos votos (quase 5 milhões) e espera transferi-los para o petista, a quem elogiou. “A decisão de apoiar Lula não foi difícil, mas sabia que era o movimento de maior custo político dos meus 20 anos de mandatos consecutivos e 35 anos de política”, observou Simone. No primeiro turno, ela criticou o ex-presidente.
Simone Tebet também comentou declarações de Lula, durante a campanha, segundo as quais o agronegócio brasileiro é “direitista e fascista”. Na avaliação dela, o ex-presidente cometeu um erro. “Foi uma fala absolutamente infeliz, e eu acredito que ele esteja arrependido”, afirmou.
Interpelada sobre apoio incondicional ao petista, a senadora disse que não o fará, porque “não é assim nem com as minhas filhas”.
