Dona Ana criou a instituição junto com Agripino Lima e a fizeram uma das mais importantes do Brasil
A gestora e educadora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima (13/03/1930 – 10/11/2022) se despede da vida aos 92 anos de idade. Deixa como principal legado a formação de mais de 120 mil profissionais em 50 anos da Unoeste, a maior instituição educacional de ensino superior do oeste paulista.
Dona Ana faleceu em casa por volta das 6h desta quinta-feira (10), em Presidente Prudente, cidade onde vivia desde 1962; portanto, há 60 anos.
O velório será das 14h às 22h no Palácio de Esportes (Ginásio de Esportes do campus 1 da Unoeste) e, posteriormente, as homenagens póstumas seguem para o campus 3, onde deve ser sepultada junto com o professor Agripino de Oliveira Lima Filho nesta sexta-feira (11).
Em razão do falecimento de Dona Ana, está decretado luto oficial de 2 dias na Unoeste, com suspensão das atividades administrativas e acadêmicas hoje (10) e amanhã (11) nos campi de Prudente, Jaú e Guarujá.
Em sua rica trajetória, sempre a serviço da educação, foi professora primária em escolas rurais e urbanas por mais de dez anos, de 1951 a 1963.
Daí em diante e durante 17 anos foi diretora de escolas estaduais em Indiana, no bairro Sete Copas; e em Prudente, nos jardins Planalto e Paulista; até se aposentar. Nos oito primeiros anos da Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec) manteve dupla jornada: no estado e na iniciativa privada.
Sonho materializado
A Apec foi criada em 1972, como materialização do sonho do casal de professores Agripino de Oliveira Lima Filho (31/08/1931- 07/03/2018) e Dona Ana que exerceu inicialmente a função de secretária geral.
Em 1987, com o reconhecimento do Ministério da Educação, surgia oficialmente a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) como resultado do ensino de qualidade e da excelente estrutura da Apec, capaz de dar sustentação ao mais alto nível na escala de classificação da educação superior, que é o título de universidade.
Na Unoeste, que tem como mantenedora a Apec, Dona Ana ocupou os cargos de pró-reitora acadêmica e de reitora, se afastando em 2015 durante o processo de sucessão da gestão assumida por filhos e netos.
Na construção de uma das dez melhores universidades particulares do Brasil, seu papel foi extremamente fundamental.
Em metáfora, foi o cordão resistente e maleável de um colar de pérolas, cujas pedras preciosas são representadas em cada núcleo de ensino, pesquisa e extensão.
Sabedoria e acertos
Dona Ana era mulher sábia, de decisões acertadas. Matinha liderança dentro e fora da instituição, ainda que discretamente. Na única vez em que colocou seu nome em apreciação popular, foi eleita vereadora com 5,5 mil votos, a mais votada em 2000. Por mais de uma vez foi chamada para ser candidata a prefeita, mas não quis.
Natural de Gália, na região de Bauru, que fica no centro-oeste paulista, nasceu em 13 de março de 1930. Era a do meio de 5 irmãos; sendo que o pai Joaquim Cardoso Maia era neto de portugueses e a mãe Felícia Bertoldi Maia imigrante italiana. Os filhos foram criados com recursos da leiteria em sítio arrendado ou na atuação como administrador de fazenda. Aos oito anos de idade, a menina Ana já trabalhava, na entrega de leite. Fez o primário em Gália. Estudou o ginasial e o normal em Guaratinguetá.
Início na educação
Em 22 de dezembro de 1950 formou-se professora. No dia 17 de fevereiro do ano seguinte iniciou sua carreira em escola rural, distante 4 km da fazenda que seu pai administrava. Ia a cavalo e precisava de companhia para atravessar a mata, diante da possibilidade de ataque de algum animal feroz. Em 1951 casou-se com Agripino que ainda estudava para ser professor e trabalhava no armazém de sua família em Garça, na região de Marília.
Através de concurso público, em 1957, Agripino assumiu o cargo de diretor de escola rural na Vila Escócia, em Martinópolis. Lá ficou dois anos e só ia para casa nos finais de semana. Em Garça nasceram três dos quatro filhos: Augusto Cesar, Ana Cristina e Maria Regina. O caçula Paulo César, 13 netos e seis bisnetos nasceram em Prudente, onde a família chegou em 15 de janeiro de 1962, depois de dois anos em Alfredo Marcondes. Dona Ana dizia que nasceu professora e iria morrer professora, pelo amor e pela missão de ajudar na transformação de vida de pessoas por meio da educação.
Assessoria de Imprensa Unoeste