Tente imaginar: ir dormir sabendo que no dia seguinte ao acordar, um velhinho com um trenó guiado por renas voadoras entrou na sua casa e deixou o presente tão esperado, que durante o ano todo houve empenho para recebê-lo.
A noite parece mais longa que todas as outras, o sono não chega, qualquer barulho é um alerta que alguém (com um rosto adorável, de roupa vermelha, cabelos e barba branca) está entrando de mansinho na sua casa para deixar algo pra você. Essa noite é uma mistura de ansiedade, alegria e fantasia para as crianças.
Podemos pensar que uma das recordações mais belas que trazemos da infância é o Natal, e não é só a expectativa que temos de receber o presente do Papai Noel que fica registrado no nosso inconsciente, essa representação é muito mais que isso.
TRADIÇÃO
A história do Papai Noel possui uma forte tradição e faz parte do imaginário da criança. O professor aposentado, Ilton Zanuncio, 64 anos, há cinco anos se tornou o símbolo desta data tão significativa. O ‘bom velhinho de Mato Grosso do Sul deu vida ao personagem há cinco anos e há dois está em Três Lagoas, no shopping da cidade.
Ilton era professor de Geografia nas escolas de Campo Grande. Ele conversou com a equipe do Perfil News e se recordou como se tornou o Papai Noel de maneira inesperada.
“Deixei o cabelo e a barba crescerem. Sempre tive cabelos grisalhos, desde muito cedo. Os meus alunos começaram a me chamar de Papai Noel e o apelido acabou pegando. Certa vez estava caminhando e uma mulher me parou para perguntar se eu gostaria de ser o Papai Noel em um evento”, disse.
Pela segunda vez em Três Lagoas, o Papai Noel está no Shopping da cidade desde o dia 20 de novembro e continua até 24 de dezembro. Ilton diz que o público do município sempre o tratou muito bem.
“Em Três Lagoas os pais ainda fazem os filhos sentirem a magia do Natal. Em Campo Grande infelizmente os pais acabam ficando stressados e sem paciência para o encanto da data”, ressaltou.
LEMBRANÇAS MARCANTES
Nesses cinco anos, Ilton tem muitas histórias para contar como Papai Noel. Uma delas que ele se lembra com carinho aconteceu com um garoto autista, em Três Lagoas.
“Uma criança autista de 11 anos não queria me soltar. A mãe demorou quase uma hora para tirar o menino de perto de mim. Sentir o amor puro foi muito gratificante. As crianças têm a inocência e é um sentimento que infelizmente a gente vai perdendo com o passar dos anos”, ressaltou.
Ser Papai Noel não só ajuda na renda familiar do professor aposentado, mas Ilton destaca que o maior presente é o amor que as crianças oferecem. Ele também explica ter consciência que ser o personagem mais esperado no Natal não é uma tarefa fácil.
“As crianças são maravilhosas, mas não é um trabalho simples e sim de muita responsabilidade. As crianças são puras e é lindo quando elas chegam e dizem que amam o papai Noel. É muito gratificante”, disse o ‘Bom Velhinho’ pantaneiro.
