Estudo realizado pela equipe da tesouraria do Grupo Travelex Confidence evidencia o entrave da indústria em contraponto à maior dependência da agricultura para o PIB do país
Até a década de 80, a indústria de transformação no Brasil possuía uma parcela relevante no PIB (Produto Interno Bruto) do país. Sua participação chegou a se aproximar aos 20% no índice, entre os anos de 1950 e 1970, enquanto hoje, o nível de produção da manufatura brasileira está cerca de 15% abaixo do pico da série histórica, que foi alcançado em 2013. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a participação da indústria de transformação no PIB brasileiro foi de 15,60%, no quarto trimestre de 1996, para 10,3%, no primeiro trimestre de 2021.
Segundo estudo conduzido pela tesouraria do Grupo Travelex Confidence, maior especialista em câmbio do mundo, enquanto o processo de desindustrialização no Brasil acarretou a queda da participação da indústria no PIB, o setor agrícola ganhou cada vez mais espaço no indicador, se tornando um dos principais setores responsáveis pelo crescimento do país. A agropecuária, somado ao setor extrativo, saiu de uma participação de 4,9% (1996), para 16,2% no PIB do país em 2021.
Fonte dos dados: IBGE
Para Marcos Weigt, Head da tesouraria do Grupo, o processo de desindustrialização foi motivado por uma série de fatores, dentre eles, a questão da baixa competitividade da indústria brasileira no mercado internacional em função do baixo investimento em tecnologia.
“Outro grande fator responsável, foi a política monetária adotada no Brasil entre os anos de 2003 e 2010, onde os juros foram elevados por um longo período de tempo, motivando também uma entrada de moeda estrangeira no país e uma valorização cambial da moeda nacional”, conta. “Este cenário de juros elevados e moeda nacional apreciada geram um ambiente que dificulta a tomada de crédito das indústrias, devido ao elevado custo da moeda e o custo de oportunidade, afetando diretamente a taxa interna de retorno do investimento. Como consequência, também gera um forte estímulo à importação, impactando na redução da demanda por produtos desenvolvidos dentro das fronteiras do Brasil”, continua.
O estudo também apontou que a política de correção salarial acima do ganho de produtividade gera, em médio e longo prazo, um aumento do custo de produção para a indústria, enquanto sua produtividade não aumenta no mesmo ritmo, como indicado no gráfico a seguir:
Fonte dos dados: Confederação Nacional da Indústria e IBGE.
Foi observado também que, nos últimos anos, houve uma aceleração no processo de desindustrialização em função da forte instabilidade política e econômica no país, gerando grandes incertezas no mercado que, consequentemente, afastam a segurança das indústrias, nacionais e internacionais, de realizarem investimentos em busca de seu crescimento.
“Dados do IBGE exemplificam bem as consequência desses fatores e evidenciam a desindustrialização em nosso país. Entre 2011 e 2020, a indústria perdeu 9,6 mil empresas, fechando 1 milhão de vagas no Brasil. Grandes empresas como a Mercedes-Benz, Ford e Sony já encerraram suas atividades por aqui também”, finaliza Weigt.
Sobre o Grupo Travelex Confidence
A Travelex é hoje uma especialista em câmbio reconhecida mundialmente, marcando presença em mais de 20 países. No Brasil, o Grupo é formado pelo Travelex Bank, primeiro banco exclusivo para operações de câmbio regulamentado pelo Banco Central no País, e pela corretora Travelex Confidence, com mais de 20 anos de experiência no setor. Dentre as operações realizadas pelo Grupo, estão as operações cross-borders como transferências e pagamentos internacionais, importação, exportação, Mass Payments, banknotes, compra e venda de mais de 20 tipos de moedas estrangeiras, troca de cheques internacionais, venda de cartões pré-pagos, seguro viagem, chip internacional para celular, entre outros. Clientes do Grupo Travelex Confidence contam ainda com atendimento omnichannel incluindo loja online, aplicativo exclusivo, internet banking, mesas de operações com atendimento por telefone ou WhatsApp e mais de 100 pontos de atendimento espalhados por todo território nacional.
Por: Natasha Kubala – VCRP Brasil