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Três Lagoas
quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Ciclista viaja 1.100 km de bike e elogia Rota da Celulose: ‘Trecho mais cheiroso da viagem’

Ciclista aventureiro pernoitou em Três Lagoas em um hotel nas proximidades da rodoviária e após uma noite de descanso partiu nas primeiras horas da manhã para mais 150 KM de pedalada

Passar mais de dez dias pedalando sozinho de Goiás ao Paraná. A missão parece bem complicada, mas isso encarado pelo profissional de educação física e apaixonado pelo ciclismo, Hugo Solano de 28 anos.

Mesmo sem experiência em grandes travessias, Hugo ficou do dia 3 até 12 de janeiro sobre a magrela e chegou a passar por quatro estados do Brasil. No total, foram 1.100 km percorridos. O aventureiro passou por Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

AVENTURA

Traçando uma batalha contra ele mesmo, Hugo conversou com o Perfil News. Ele contou que a aventura começou na cidade que ele reside, chamada Jataí, no Estado de Goiás. Apaixonado por esporte, ele se encantou com o ciclismo. Começou a praticar a modalidade com frequência e aos poucos aumentar os percursos realizados.

“Sempre sonhei em traçar uma rota maior, mas fazia faculdade que terminei em 2020. Depois eu fraturei a clavícula e adiei os planos. Em 2023 surgiu a oportunidade de conseguir conciliar um encontro da minha família com o objetivo que eu já tinha na mente e decidi colocá-lo em prática”, contou.

Após sair do Estado de Goiás, Hugo passou por Mato Grosso do Sul, onde percorreu pelas cidades de Cassilândia, Inocência e Três Lagoas. O ciclista diz ter gostando bastante da cidade, lugar que até escolheu para passar a noite devido à estrutura que Três Lagoas oferece.

ROTA DA CELULOSE

Além de visitar a cidade, Hugo trafegou pela ‘Rota da Celulose’. Apesar de ser um dos percursos mais difíceis da viagem, o ciclista também ressalta que foi um dos mais cheirosos.

“Eu já conhecia a cidade por passagem, só que nunca tinha notado essa Rota da celulose. É um trecho extenso e difícil. A paisagem não muda muito e afeta um pouco o nosso psicológico. A gente vai ficando um pouco exausto, mas é linda. Tem um cheiro de eucalipto muito gostoso. Pode ser chamada de Rota Cheirosa”, brincou.

LIMITE DIÁRIO

Para chegar ao destino, Hugo colocava um limite diário no percurso e pedalava até 120 quilômetros por dia, mas ele também ressalta que variava muito devido à distância entre uma cidade e outra.

“Eu estipulava em torno de 120 quilômetros por dia, mas essas paradas com a quilometragem estipulada aconteceram mais nos primeiros dias. As cidades dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul são muito distantes umas das outras e as vezes era preciso mudar o planejamento”.

Durante o percurso, a aventura na magrela também apresentou alguns desafios, os quais foram facilmente concluídos com a experiência que Hugo buscava adquirir para realizar o sonho de percorrer uma rota extensa.

“Sempre fui interessado por esporte, até pela minha formação. Eu entrei a fundo na modalidade. Sou professor de ciclismo também e trabalho em academias. Por conta disso fui criando certa intimidade com a modalidade. Comecei a me interessar fazendo rotas mais curtas, mas a vontade e a curiosidade por uma rota mais longa foi aumentando. Durante o caminho tive algumas situações consideradas perigosas, mas que consegui realizar com muita tranquilidade. Algumas carretas não respeitam o espaço, mas após quatro anos de treinamento a gente vai se tornando frio para superar. Os obstáculos não foram significativos. O que mais me pegou foi a questão mental, de tentar concluir os desafios todos os dias”, destacou.

ESTRADAS PERIGOSAS

As estradas também foram situações perigosas durante a viagem. “Em Goiás as estradas estavam ruins. Em Mato Grosso do Sul são melhores, mas sem acostamento. Quando chegou em São Paulo e no Paraná ficou mais fácil e mais espaçoso para pedalar”, lembrou.

Quando interrogado sobre o que família dele disse quando ele decidiu ir à viagem de bicicleta, Hugo conta que a princípio a ideia não foi bem aceita, mas depois recebeu todo o apoio familiar.

“A princípio não tive aprovação da família. Alguns pediram para eu desistir. Falavam para eu treinar em volta da cidade, mas eu sou teimoso. Quando proponho algo para mim, eu levo muito a sério. Viajei sozinho, mas tive o apoio de Deus. Depois que viram que não desistiria da ideia eles começaram a me apoiar. Fui recebido em Ponta Grossa com um troféu e uma medalha pelos meus familiares. Foi algo que me deixou surpreso”, destacou.

A AVENTURA NÃO PARA

Hugo chegou bem ao destino. Devido aos compromissos, ele vai precisar voltar para casa de carro, mas já tem outras aventuras em vista.

“No meio do ano pretendo ir de Goiás para o litoral de São Paulo. Nesta viagem vou acompanhado de um amigo. Já no segundo semestre quero ir à Ponta Grossa e de lá pedalar até o Uruguai”, adiantou.

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PLANEJAMENTO E FOCO

Para quem tem o mesmo objetivo de Hugo e pretende sair pedalando pelo país e até pelo mundo, é preciso cuidado e paciência. Começar conhecendo os seus limites aos poucos e ir aumentando o percurso sem pressa é algo necessário.

“O meu conselho para quem deseja realizar uma viagem de bicicleta é se planejar, saber o que está fazendo e conhecer os limites. É importante treinar, mas o principal da viagem depende exclusivamente de você”, finalizou.

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