Em Três Lagoas várias influencers atuam nas redes sociais, divulgando todo tipo de produtos, marcas empresas e moda
No concorrido universo das redes sociais, quem consegue prender a atenção do público tem um diferencial de mercado. Os influenciadores digitais são especialistas nisso. A capacidade destes profissionais de engajar seus seguidores se tornou, nos últimos anos, sonho de consumo do mundo corporativo.
“O digital influencer é um formador de opinião capaz de influenciar multidões de seguidores em mídias sociais, como YouTube, Facebook, Instagram e Twitter. Ele fecha parcerias com grandes marcas para criar conteúdo exclusivo, promover as ofertas e alavancar as vendas das empresas“ (Neil Patel – co-fundador da NP Digital)
RELACIONAMENTO INFLUENCIADOR E EMPRESAS
Rafael Arty, empreendedor, influenciador digital e sócio da Squid, disse ao Whow, que a parceria entre empresas e influenciadores gera frutos muito além da venda de produtos. O relacionamento deve promover uma conexão entre ambas as comunidades e, principalmente, também traz o influenciador para dentro do negócio.
Influenciadores são empreendedores digitais. Têm as mesmas dores, mesmas ansiedades e mesmos boletos para pagar que os empresários. A diferença é que uma empresa foca em produtos ou serviços para venda, e os influenciadores focam em conteúdo para monetização.
Os dados do mercado de marketing de influência comprovam a tendência de crescimento no Brasil. Segundo o Ibope, 52% dos internautas brasileiros seguem algum influenciador digital.
PESQUISA
Uma pesquisa do Instituto Qualibest, publicada no fim de 2019, entrevistou mais de 2 mil pessoas com acesso à internet no Brasil e descobriu dados interessantes sobre a influência digital sobre os internautas. Vale o destaque para:
- 63% dos entrevistados gostam que os influenciadores digitais recomendem produtos;
- 55% acham que as recomendações feitas por influenciadores são menos invasivas do que os anúncios na internet e TV;
- 50% costumam pesquisar a opinião de influenciadores digitais antes de comprar produtos e serviços;
- 76% já compraram algo anunciado por influenciadores digitais;
- 79% aumentam a confiança em um influenciador quando ele avalia os produtos com base em experiências reais;
- 82% preferem influenciadores que dominam os assuntos que abordam;
- 61% acessam as páginas das empresas marcadas em posts patrocinados.
LIÇÕES VALIOSAS
A partir desses dados, é possível tirar três lições valiosas. Em primeiro lugar, a maioria das pessoas está acostumada e não vê com maus olhos posts pagos por marcas. Em segundo lugar, estas publicações patrocinadas geram conversão na prática, já que três em cada quatro entrevistados comprou pelo menos um produto anunciado por influenciadores. Por último, é essencial encontrar o influencer mais alinhado à marca, que tenha domínio do mercado em que a empresa se insere e que, de fato, tenha uma boa experiência com o produto ou serviço que ela oferece. Não pode ser uma relação falsa, ou o consumidor vai perceber.
“70% dos jovens confiam muito mais nos influenciadores digitais do que nas celebridades tradicionais, segundo uma pesquisa do Google publicada em 2016″
BRASIL É O REI DA REDE SOCIAL
De acordo com uma pesquisa da Influencer Marketing Hub realizada em 2022, o investimento em marketing de influência cresceu 711% de 2016 para 2021, tendo saltado de US$ 1,7 bilhão para US$ 13,8 bilhões no respectivo período.
A pesquisa também estimou um crescimento de 18,8% de 2021 para 2022, potencialmente atingindo US$ 16,4 bilhões neste último ano citado, o que evidencia mudanças importantes e que devem ser analisadas com cautela em sua gestão de marketing.
Na prática, 66% das marcas pesquisadas dizem ter investido mais em marketing em 2021 em relação a 2020, além de várias delas terem aumentado o número de profissionais dedicados a impulsionar essa estratégia, de acordo com estudo conduzido em 2022.
Porém, mais importante do que entender o comportamento das empresas é o motivo pelo qual o progresso nessa área vem acontecendo e entender o contexto específico no Brasil.
De acordo com o estudo Statista Global Consumer Survey, realizado em 2022, o Brasil lidera o ranking mundial de percentual de pessoas que realizaram uma compra por conta da influência de alguma celebridade ou influencer.
A sensibilidade do consumidor brasileiro, que já era alta em 2019, cresceu nos últimos anos e representa quase 50% dos respondentes.
Aliás, vamos lembrar que o Brasil é o país que possui a quarta maior média diária de consumo de rede social por dia, com cerca de 3 horas e 47 minutos diários (fonte: April Global Statshot Report 2022). Por isso, os influenciadores são uma oportunidade ainda mais clara no nosso país.
SER INFLUENCIADOR EM TRÊS LAGOAS
Ser influenciador em Três Lagoas ainda requer um pouco de paciência. O mercado ainda não percebeu o tamanho do negócio que é investir em quem prende a atenção dos clientes. Isabella Noronha, mais conhecida como Bella, tem 16 anos. Apesar da pouca idade, ela já tem uma vasta experiência com as telinhas dos aparelhos celulares.
Bella contou ao Perfil News que é influenciadora desde os 12 anos. Ela começou os trabalhos por meio de agência de modelos e fechou bons contratos. Em Três Lagoas, ela diz que ainda tem poucas parcerias, já que a procura por influenciadores ainda é pequena.
Com 19,1 mil seguidores, Bella vai até representar Mato Grosso do Sul no concurso Miss Teen Brasil que acontece no dia 27 de abril, em São Paulo. Muito risonha e simpática, a influenciadora explica que faz vários trabalhos, mas devido a pouca idade, quem cuida da sua carreira e de suas redes sociais são seus pais.
Com a possibilidade de fechar contratos internacionais, Bella faz um alerta para quem sonha em ser um influenciador. “É preciso ter muita calma. Recebemos muitas críticas, mas não podemos levá-las para a vida. Por ser ainda muito jovem, quem cuida das minhas redes sociais e dos contratos são os meus pais”, explicou, @bella__noronha.
NOVA NA ÁREA, MAS BOMBANDO NO INSTA
Jhenifer Amanda Fontes, de 21 anos, também é um exemplo de como é ser influenciadora em Três Lagoas. Ao contrário da Bella, ela começou a vida de influencer há pouco tempo, mais precisamente no ano de 2022, após um vídeo em sua rede social ‘bombar’.
“Por volta de agosto do ano passado um vídeo meu em uma academia explodiu e rendeu mais de sete milhões de visualizações. Em seguida, comecei a crescer no Instagram e outros vídeos também já tiveram milhões de visualizações”.
Com 112 mil seguidores a influenciadora faz publicações referentes a academia e saúde de maneira geral. “Já tive 115 mil seguidores, mas diminuiu um pouco pelo fato de estar trabalhando e com pouco tempo de conseguir produzir conteúdo. Por estar aparecendo pouco também diminuiu o número de parcerias, mas ainda tenho algumas”.
A INFLUENCIADORA QUE VIROU EMPRESÁRIA
Porém, independentemente da quantidade de seguidores, a mais famosa influenciadora de Três Lagoas tem 25 anos e possui 35,7 mil no Instagram. O nome dela é Gabriela de Oliveira, ou simplesmente Gabi, como gosta de ser chamada por suas seguidoras.
A Gabi é uma das mais ativas em postagens nas redes sociais, inclusive expondo seu cotidiano em sua página.
Mas, no início da carreira não foi muito fácil, as pessoas não acreditam que pudesse dar certo o seu projeto. Tudo começou há quase 10 anos atrás, devido ao imenso amor por tirar fotos. “Na época eu tirava para Facebook, não existia muito esse tipo de publicidade falando nas redes socais, a não ser nas rádios. Com o passar do tempo veio outros aplicativos e então fiz aulas de oratória, cursos e comecei a falar sobre aquilo que eu estava usando. Com isso fui criando um vínculo com quem assistia e foi se tornando o Blog da Gabi”, disse.
NO COMEÇO FOI MUITO DIFÍCIL
Indagada se ela se considera uma influenciadora, ela respondeu que sim: “Sempre soube aonde queria chegar! E apesar de muitas vezes ter sido zombada e desacreditada por até mesmo familiares eu sabia o preço que eu tinha que pagar para realizar meus sonhos. E faria tudo novamente”, reiterou.
Na vida da Gabi nas redes sociais tem alguma história interessante para contar. Ela disse que já fez e ainda faz vários projetos sociais.
“Vários natais maquiei idosas, distribuí cestas básicas e tantas outras coisas que toca em meu coração. Mas uma em especial mexeu comigo, foi quando eu comprei um carrinho inteiro de picolé de uma senhora e eu não sei por que passei por ela, mas minhas mãos tremiam e eu tinha que parar. Então voltei, perguntei seu nome é ela muito simpática e atenciosa me atendeu, e eu disse que queria comprar todo picolé do carrinho. Ela chorou muito! Falou que dias atrás ladrões entraram em sua casa e tinha roubado toda aposentadoria dela. Ela já tinha tido três infartes, porém estava ali no sol e na chuva para fazer algum dinheiro para comer. Aquilo ali meu coração desmontou, distribuímos os picolés nas lojas e ela com sorriso no rosto, também ganhou presente de algumas. Enfim, esse foi um dia muito especial!”, exclamou.
HATES (CRÍTICOS)
Mesmo sendo muito prestigiada em suas publicações, a blogueira e influenciadora não escapa dos hates (críticos, odiadores). Gabi disse falou que tem, mas que os considera como fãs que não tiveram a coragem que ela tem. “Eles dizem não gostar de mim, mas não perde um story. É o famoso fã que não assume ou aquele tipo de pessoa que não tem coragem de sair do lugar e fazer acontecer. E por você ter garra e fazer o seu ele te odeia gratuitamente”, explicou.
CONTROLE NAS POSTAGENS
Devido a essa situação, a blogueira falou que costuma filtrar suas publicações. “Não tenho medo de ser cancelada, mas filtro muito o que posto. Tenho um público infantil muito grande que se inspira em mim, mesmo sem nenhum nicho infantil. Elas me veem na rua me abraça, chora e eu fico besta com aquilo. É realmente uma referência para elas. É muito bom esse amor e carinho. Por conta disso, tirei alguns quadros da página, justamente em respeito as mães que deixam as meninas me assistirem. Por isso continuo me policiando em palavras e atitudes porque a partir do momento que você se torna exemplo para alguém você precisa ter uma boa postura, mas sem perder a identidade”, finalizou.
ENQUETE
Além dessas duas influenciadoras, a reportagem enviou questionários para outras influencers de Três Lagoas, porém provavelmente por falta de tempo, as indagações não foram respondidas.
Na página do jornalista Ricardo Ojeda foi postado uma enquete para ter uma ideia da quantidade de pessoas que estão atuando nesse segmento em Três Lagoas e resultando foi surpreendente, apontando vários nomes que atuam nas redes sociais como influenciadores.
Para acompanhar a enquete clique aqui.