Apenas o setor florestal de Mato Grosso do Sul é responsável pela geração de 27,2 mil empregos sendo 14.901 diretos e 12.312 indiretos
‘Made in MS’ sintetiza o momento de evidência de Mato Grosso do Sul em relação ao setor de celulose. O estado atualmente é o segundo maior produtor brasileiro, fica atrás somente da Bahia, mas lidera as exportações nacionais.
Com três linhas industriais em operação, duas da Suzano, em Três Lagoas, e uma da Eldorado, no mesmo município, Mato Grosso do Sul tem capacidade instalada para processar anualmente 8 milhões de toneladas de celulose por ano.
O volume já coloca o estado como um dos maiores produtores mundiais. Se fosse um país, seria o 11º produtor mundial, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A produção “Made in MS” seria superada somente pelos Estados Unidos, o próprio Brasil, o Canadá, a China, a Suécia, a Finlândia, a Rússia, a Indonésia, o Japão e o Chile.
Nos próximos seis anos o cenário vai mudar e Mato Grosso do Sul será catapultado a liderança isolada na produção de celulose no Brasil e consolidado como um dos maiores fabricantes mundiais.
Segundo o Governo do Estado, em 2024 deve entrar em operação a nova fábrica da Suzano no estado. A planta, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas está sendo construída em Ribas do Rio Pardo.
NOVA FÁBRICA
Nesta mesma perspectiva, em 2028 está previsto o início da atividade da primeira fábrica no setor da multinacional chilena Arauco. A indústria, de 3,7 milhões de toneladas será implantada em Inocência.
Conforme um levantamento estratégico feito pela Arauco, Apenas Suzano e a indústria chilena devem investir mais de R$ 15 bilhões cada uma nos próximos anos. A escala desses projetos tem o poder de transformar a realidade das regiões do entorno, exige também planejamento e parceria entre o poder público e entidades privadas. Um exemplo de ‘nova vida’ é a cidade de Três Lagoas. Em 12 anos, o município teve um aumento populacional de 25%. O crescimento do PIB no mesmo período foi de 264%.
Ainda segundo o levantamento, com os dois novos projetos, a médio prazo o estado vai mais que duplicar sua produção, passando das 10 milhões de toneladas – bem próximo do top cinco do ranking mundial de países e com potencial para avançar ainda mais, já que haveria condições (solo, clima e disponibilidade de áreas) para a implantação de novas linhas pelas empresas já instaladas.
BRACELL
Além destas iniciativas, a Bracell, uma das líderes globais na produção de celulose solúvel especial, também marca presença no estado. Desde o fim de 2021, a empresa tem áreas de cultivo de florestas em duas cidades sul-mato-grossenses para abastecer plantas em outras unidades da federação.
O processo que já batiza extraoficialmente Mato Grosso do Sul como “estado da celulose” e a região leste do estado, onde estão localizadas as indústrias já em operação e os projetos em execução, de “Vale da Celulose”, em referência do polo de tecnologia “Vale do Silício”, na Califórnia, Estados Unidos, vem ocorrendo de maneira sustentável.
A produção é certificada e ações estão sendo desenvolvidas pelas empresas e pelo poder público para mitigar os efeitos da instalação dessas mega fábricas.
ARAUCO
Celulosa Arauco y Constitución é uma empresa chilena do ramo madeireiro, especializada na fabricação de celulose e painéis, atuando no Chile, Argentina e Brasil. A empresa pertence ao Grupo AntarChile fundado por Anacleto Angelini e possui cinco fábricas de celulose no Chile e uma na Argentina, além de quatro fábricas para a fabricação de madeira reconstituída, sendo duas na Argentina e duas no Brasil.
No Brasil, o grupo mantém a Arauco do Brasil, com unidades em Piên e em Jaguariaíva (850 mil m³/ano), ambas no Paraná. No município de Araucária, região metropolitana de Curitiba, mantém uma planta química industrial (142 mil toneladas/ano), produzindo resinas e outros produtos, para comercialização e para abastecer suas unidades industriais de painéis no Paraná.
No Mato Grosso do Sul a Arauco já tem a empresa florestal Mahal que tem mais de 60 mil hectares de florestas cultivadas em seis cidades (Aparecida do Taboado, Selvíria, Água Clara, Chapadão do Sul e Três Lagoas.
NÚMEROS EXPRESSIVOS
De acordo com a Semagro, o setor florestal de Mato Grosso do Sul é responsável pela geração de 27,2 mil empregos sendo 14.901 diretos e 12.312 indiretos. Em 2021, o segmento gerou 6.266 empregos a mais em relação a 2020.
O crescimento de postos de trabalho deve continuar nos próximos anos, com os investimentos já em curso no Estado, como o da nova fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, no valor de R$ 19 bilhões.
LINHA DE PRODUÇÃO
Mato Grosso do Sul conta atualmente com três fábricas de celulose instaladas e em operação no município de Três Lagoas: uma da Eldorado Brasil, com capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano; duas da Suzano, que produzem 3,25 milhões de toneladas por ano. A Suzano iniciou a construção de mais uma fábrica no Estado, em Ribas do Rio Pardo, que será a maior planta industrial de celulose do mundo, produzindo 2,55 milhões toneladas/ano.
O setor conta com 480 estabelecimentos na cadeia produtiva do setor. São empresas de cultivo de floresta, extração de madeira, fabricação de papel, celulose e derivados.
Na última década, as áreas de florestas plantadas com eucalipto e seringueira em Mato Grosso do Sul cresceram a taxas anuais de 14% e 18%, respectivamente. O Estado lidera a expansão florestal brasileira superando 2 milhões de hectares de florestas plantadas (somente de eucalipto, são 1,1 milhão de hectares).
Ainda conforme a Semagro, atualmente, Três Lagoas é principal polo industrial do setor, com mais de 400 empresas no distrito industrial. O município tem mais de 10 mil empregos diretos gerados pela indústria. A cidade é a primeira no ranking nacional de florestas plantadas, com 263 mil hectares.