“Os coqueiros foram envenenados. Fizemos boletim de ocorrência e a polícia foi acionada. Temos suspeitos, mas ainda não conseguimos provas cabíveis para apontar o indivíduo”, informou o secretário de Meio Ambiente
Mais um caso de envenenamento foi registrado na cidade de Três Lagoas. Há poucos dias, o Perfil News denunciou que dezenas de gatos foram mortos após serem envenenados, mas pelo visto nem os coqueiros do município estão livres de criminosos.
Quem passa pela esquina entre as avenidas Filinto Muller com a Olinto Mancini, no centro da cidade, consegue ver a diferença de alguns pés de coqueiros do local. Enquanto alguns seguem verdes e cheios de vida, outros estão ressecados e morrendo.
Segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente, José Mauro Grandi Junior, já está confirmado que os coqueiros foram envenenados. O crime foi até parar na Delegacia de Polícia Civil de Três Lagoas que registrou o fato. O chefe da pasta explica que notou as árvores ressacando e rapidamente realizou os procedimentos de praxe.
“Há 45 dias realizamos coleta de solo que foi encaminhada para São Paulo. Os coqueiros foram envenenados. Fizemos boletim de ocorrência e a polícia foi acionada. Temos suspeitos, mas ainda não conseguimos provas cabíveis para apontar o indivíduo. Trabalhei em uma grande multinacional de herbicidas e quando vi já sabia que possivelmente as árvores tinham sido envenenadas. Acionei um agrônomo e um biólogo para fazermos todos os procedimentos corretos e assim mandar a coleta para o laboratório”.
Matança de gatos em Três Lagoas
Não foram só os coqueiros que acabaram envenenados na cidade. Há alguns dias, o Perfil News também já denunciou uma matança de gatos em várias áreas do município. Em um intervalo de 30 dias, as protetoras contabilizaram que 30 bichos foram cruelmente mortos.
Inconformadas e também temerosas que mais animais sejam mortos, as protetoras passaram a se mobilizar para dar um fim à situação. Até agora, no entanto, o caso segue sem respostas. Até o prefeito de Três Lagoas usou as redes sociais para denunciar as mortes, mas a matança continua.
Para salvar os animais de rua, voluntárias servem ração em pontos conhecidos como ‘comedouros’, mas nos últimos dias as voluntárias independentes passaram a encontrar, ou foram informadas que vários gatos estão morrendo por envenenamento.
No Jardim Primaveril foram 10 animais mortos nos últimos 30 dias. Uma protetora conversou com a equipe de reportagem do Perfil News. Ela pede uma investigação e medidas mais duras para tentar barrar a matança que está aumentando com o passar do tempo.
“O prefeito chegou a se posicionar, mas as mortes continuam aumentando. As protetoras se dividem para não deixar os animais morrerem de fome, mas muita gente acredita que isso faz o número de gatos aumentar. Já paguei várias castrações com dinheiro do meu bolso. O que precisamos é de projetos de castrações voltados para os animais de rua. É uma crueldade o que estão fazendo com os bichos indefesos. É uma maldade muito grande pois os bichinhos não faziam mal a ninguém, só vinham comer e mais nada”, lamentou.
Outra voluntária independente também está revoltada com crescimento dos animais mortos. Nos últimos dias ela encontrou seis filhotes envenenados no centro e mais quatro na Vila Nova. Inconformada com a maldade, ela diz que é um problema de saúde pública.
“Muita gente acha que matando vai diminuir os gatos, mas não é isso. As mortes estão acontecendo em vários pontos da cidade e aumento com o passar dos dias. Precisamos de uma investigação para saber quem são as pessoas que estão cometendo esses crimes. Em Três Lagoas existe o Castramóvel, é um excelente projeto, mas que é voltado para os gatos com tutores. Ainda não temos um projeto voltado para os animais de rua e aí é que está o problema, pois o número de gatos só vai diminuir quando tiver castração para todos. Ano passado a prefeitura abriu um processo licitatório e conseguimos o direto de castrar 264 gatos, mas há dois anos fiz um levantamento dos pontos que cuido e tinha 1.200 gatos contáveis. Não podemos deixar os animais morrerem de fome, por isso ajudamos. Nos desdobramos para sempre cuidar dos animais. É um trabalho voluntário, fazemos por amor”, desabafou.
