O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu prazo de 48 horas para a Polícia Federal tomar depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, sobre os vídeos que expuseram o chefe da segurança do Palácio do Planalto em suposta “conivente omissão” diante de invasores que destruíram a sede do governo do Brasil. A decisão foi assinada ontem (19), quando a CNN divulgou vídeos que mostram o general e agentes do GSI ciceroneando invasores durante os ataques de 8 de janeiro aos Poderes da República.
Após o general Gonçalves Dias se demitir, Moraes ainda determinou que o novo chefe interino do GSI, Ricardo Cappelli, repasse ao STF, em 24 horas, a identificação de todos os servidores civis e militares. O objetivo é investigar os agentes de Estado que aparecem nas imagens, muitos com os rostos borrados pela edição da reportagem da CNN, enquanto abriam portas e serviam água para invasores que visavam destituir o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas foram recebidos gentilmente pela segurança do gabinete presidencial.
“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, diz Moraes em um trecho de sua decisão.
O ministro do STF ainda mandou o governo de Lula informar se cumpriu integralmente outras duas de suas decisões que pediam as imagens de todas as câmeras do Distrito Federal e a oitiva de todos os envolvidos na contenção dos atos.
Tal medida expõe que Moraes também foi surpreendido pelas imagens vazadas e que Lula afirma terem sido solicitadas ao ex-chefe do GSI, Gonçalves Dias, que teria afirmado não ter tais imagens negligenciadas pelo governo petista, em respostas a diversos pedidos anteriores de autoridades.
Fonte: Diário do Podet