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Três Lagoas
sábado, 28 de setembro de 2024

Sem obras estruturais urgentes, ‘rodovia da morte’, a BR-262 é foco de acidentes fatais em MS

Enquanto essa matéria estava sendo editada mais um acidente foi registrado na BR 262, no trecho entre a ponte sobre o Rio Paraná e o trevo de entrada de Três Lagoas. Uma carreta pegou fogo e um veículo de passeio ficou destruído como mostra as imagens abaixo

A BR-262 que liga várias cidades de Mato Grosso do Sul, se tornou foco de acidentes no Estado. A instalação de novas atividades econômicas na região — ligadas ao plantio de eucalipto e fábricas de celulose e outros investimentos — influencia o aumento do fluxo de veículos e, consequentemente, o maior número de acidentes.

Com a instalação da nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, o fluxo de veículos na BR-262 teve um drástico aumento. Sem as obras necessárias, como a duplicação da rodovia que há anos é debatida, os números de acidentes não param de crescer.

Segundo dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), só nos seis primeiros meses de 2023 foram registrados 60 acidentes no trecho da BR-262 entre as cidades de Três Lagoas a Campo Grande.

Sem obras estruturais urgentes, ‘rodovia da morte’, a BR-262 é foco de acidentes fatais em MS

Há muitos anos a BR-262, que serve como principal trecho de transporte logístico é alvo de reclamações dos motoristas pelos constantes riscos de acidentes. O Secretário da Casa Civil do Estado, Eduardo Rocha chegou a dizer que o Governo de Mato Grosso do Sul pretende se reunir com prefeitos no segundo semestre de 2023 para discutir melhorias na rodovia.

Ainda conforme o Chefe da Pasta, a privatização da rodovia não está sendo debatida, mas o governo tem um projeto de melhorar a situação da pista da BR-262. Rocha diz que o investimento será de aproximadamente R$ 150 milhões.

Três Lagoas possui duas fábricas de celulose e mais uma está sendo instalada na cidade de Ribas do Rio Pardo. Segundo a PRF, o maior índice de acidentes está entre os dois municípios, onde o fluxo de veículos, principalmente de grandes carretas se intensificou devido à construção da nova indústria.

Sem obras estruturais urgentes, ‘rodovia da morte’, a BR-262 é foco de acidentes fatais em MS

O acidente mais recente na BR-262 ocorreu nesta segunda-feira (26) e deixou duas mulheres mortas. As vítimas estavam em um Fiat Uno quando foram atingidas por uma carreta que realizava uma ultrapassagem.

No mês passado, uma das vítimas do acidente envolvendo dois carros e um caminhão baú, na BR-262, criança de 3 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 20 de junho, em Campo Grande.  Ela teria sido arremessada para fora de um dos veículos.

A imprudência de alguns motoristas, como mostra a foto abaixo, também contribui para o aumentos das estatísticas de acidente

Sem obras estruturais urgentes, ‘rodovia da morte’, a BR-262 é foco de acidentes fatais em MS

Em maio deste ano, foi registrado mais um acidente na BR-262, próximo a Ribas do Rio Pardo, envolvendo uma Kombi que capotou várias vezes, após ser atingida por um veículo grande. No veículo, estavam oito pessoas que voltavam de Campo Grande.

Quem passa pela ‘rodovia da morte’ todos os dias percebe o aumento no número de acidentes ainda mais de perto. O número de veículos e o fluxo de caminhões pesados mudou a rotina de quem trafega pelo local desde que uma empresa de fabricação de celulose se instalou no município.

Sem obras estruturais urgentes, ‘rodovia da morte’, a BR-262 é foco de acidentes fatais em MS

PRECARIEDADE DA RODOVIA FAZ MAIS VÍTIMAS

Além do aumento de veículos, a BR- 262 também é precária em vários trechos, o que facilita ainda mais o número de acidentes na rodovia. Várias obras são prometidas há anos. O assunto sempre é debatido, mas nada foi realizado, deixando a vida dos condutores em risco.

Ano passado, o prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze, encaminhou um ofício (veja abaixo) ao Ministério da Agricultura, com pedido de apoio para que “sejam criados mecanismos para diminuir e minimizar os problemas gerados na referida rodovia junto ao Governo Federal”. Um relatório com os “piores trechos e com maiores índices de acidente” foi elaborado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), a pedido da Prefeitura.

Segundo Danieze, os acidentes aumentaram significativamente com a construção da fábrica de celulose no município, que é dita pela Prefeitura como “a maior fábrica de celulose do mundo”. Ainda conforme o ofício, o trecho Campo Grande – Três Lagoas é rota de caminhões tritrem com carregamento de madeiras de eucalipto, além de caminhões bitrem que transportam minério de ferro, saindo da cidade de Corumbá, com destino a São Paulo e Minas Gerais.

No pedido enviado ao Ministério da Agricultura, o prefeito solicitou a duplicação de todo o trecho Campo Grande – Três Lagoas e a instalação de duas passarelas de pedestres nos quilômetros 240 e 236.

PONTOS CRÍTICOS DA BR-262 EM TRÊS LAGOAS

O levantamento feito pela PRF (Polícia Rodoviária federal) apontou os pontos críticos da rodovia na região de Três Lagoas entre os quilômetros 141 e 232. Entre eles, foram destacados o trecho de aclive no km 149, com apontamento de que o trecho forma “momentos de filas de carros por conta de veículos pesados e lentos, sugerindo terceira faixa”. Já no km 164, constatou-se que a sinalização está danificada, enquanto nos kms 167 e 172 não há mais sinalização vertical indicando que é proibido ultrapassar.

No km 179 também não há a mesma sinalização, além de a sinalização horizontal estar “com muitas falhas”, segundo levantamento da PRF. Em um dos pontos mais graves, nos kms 181 e 186, a sinalização das faixas na pista está danificada, inclusive na curva. Os kms 187 e 194 também foram indicados como trechos de aclive, com formação de filas de carros por conta de veículos lentos, como caminhões e carretas. Nos locais, a PRF sugeriu que seja feita uma terceira faixa.

Nos trechos seguintes — que incluem os kms 198, 204, 214 e 225 — não existe mais sinalização de que é proibida a ultrapassagem. Entre os kms 176 e 190, a PRF encontrou “pavimento asfáltico defeituoso em diversos pontos do trecho”, além de buracos no km 163 e acostamento danificado no km 153.

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