Nesta terça-feira (18), os advogados de Jair Bolsonaro (PL) solicitam que o Supremo Tribunal Federal (STF) indefira o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a investigação das redes sociais do ex-presidente para que sirva de prova para o inquérito do 8 de Janeiro.
É que nesta última segunda-feira (17), o PGR solicitou que redes sociais forneçam dados de identificação de todos os seguidores do ex-presidente da República.
Hoje, a defesa de Bolsonaro enviou as ponderações ao ministro Moraes, no âmbito do Inquérito nº 4.921, que investiga os incitadores dos atos golpistas de 8 de janeiro.
A equipe de defesa de Bolsonaro é composta pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro Fábio Wajngarten.
Eles argumentam que a solicitação da PGR tem o intuito de “promover medidas aptas à intimidação político-ideológica de milhares de cidadãos brasileiros”.
O MPF pede que as empresas de redes sociais em que Jair Bolsonaro tem conta, como Instagram, TikTok, Facebook, YouTube, Twitter e LinkedIn, enviem um arquivo com a lista completa e os dados de identificação de todos os seguidores.
O subprocurador-geral da República e responsável na PGR, Carlos Frederico Santos, pediu que Alexandre de Moraes reitere a cobrança à empresa Meta para que seja enviada uma cópia do vídeo e para que as plataformas informem a quantidade de visualizações, curtidas, compartilhamentos, repostagens, comentários e demais métricas aferíveis.
A PGR também requer que sejam enviadas todas as postagens de Bolsonaro referentes a eleições, urnas eletrônicas, TSE, STF e Forças Armadas.
O que diz o PGR
Como antecipou a coluna do Paulo Cappelli, no Metrópoles, um dia após a manifestação, Carlos Frederico explicou: “Impõe-se dimensionar o impacto das publicações e o respectivo alcance. Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso”.
Carlos Frederico lembrou ainda que, além dos admiradores ou aficcionados do ex-presidente, há pessoas que o seguem por curiosidade, informação, motivação profissional, acadêmica ou interesses diversos. “Só há um investigado neste caso: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, concluiu.
O que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023?
Por volta das 15h de domingo, dia 8 de janeiro de 2023 , extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional.
Na Casa, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Equipamentos de votação no plenário foram vandalizados. Os extremistas também usaram o tapete do Senado de “escorregador”.