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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Justiça do MS determina pagamento de aposentadoria milionária a ex-major conhecido como ‘Pablo Escobar brasileiro’

Em publicação feita no Diário Oficial da Justiça de Mato Grosso do Sul na última segunda-feira (10), o juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública de Campo Grande, Marcelo Andrade Campos Silva, determinou o pagamento de R$ 1,3 milhão ao major aposentado da polícia militar Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido na Europa como ‘Pablo Escobar brasileiro’.

Mas o juiz indicou também o sequestro dos bens e valores segundo determinação da 14ª Vara Federal de Curitiba.

Segundo o juiz Andrade Campos, o valor é referente aos pagamentos da aposentadoria do ex-major entre os anos de 2011 e 2015,.

Na época, “Pablo” foi dado como morto após ter forjado um atestado de óbito na Espanha.

Mas em 2015, ele entrou com uma ação contra a Agência do INSS de Mato Grosso do Sul (Ageprev) pedindo revisão dos benefícios do período e pagamento de R$ 516.695,00.

A ação tramitou de 2015 a 2022, mas o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal negaram o recurso da Previdência. Mas, esta semana, o juiz Marcelo Andrade determinou o pagamento do valor a Sérgio Roberto de Carvalho atualizado em R$ 1.313.732,01.

Mas devido ‘às atividades criminosas do ex-policial’, um pedido do Ministério Público Federal no Paraná, levou a Justiça Federal no Estado a decretar o sequestro do montante da verba atualizada.

Aposentadoria da PM

Mas mesmo não tendo acesso ao valor milionário referente às aposentadorias, o ex-aposentado’ voltou a receber como servidor aposentado pela Polícia Militar de Mato Grosso do Sul neste ano.

Mesmo preso na Bélgica, o ex-major recebeu R$ 89.983,79 desde março. Esse montante representa sua aposentadoria mensal de R$ 13.503,78 de março a junho, além de R$ 49.299,59 retroativos.

Histórico do crime

Carvalho é um ex-policial militar, que foi para a reserva da PM de Mato Grosso do Sul em 1997.

Já em 1998, foi condenado no Brasil a 15 anos de prisão pelo tráfico de 230 quilos de cocaína. Em 2019 foi condenado em novo julgamento a mais 15 anos de reclusão por movimentar R$ 60 milhões entre 2002 e 2007 usando ‘laranjas’.

Ele coleciona também condenações internacionais, assim como diferentes identidades usadas para fugir da lei, inclusive da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal que investiga crimes que transcendem fronteiras.

O ex-PM chamou a atenção do mundo e ganhou a alcunha de ‘Pablo Escobar brasileiro’ em referência ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar — morto em 1993 —, após enviar 45 toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa entre 2017 e 2019.

Ele foi preso na Hungria em junho de 2022 em um hotel de Budapeste, onde se hospedou como Guilhermo Diaz Flores e um passaporte mexicano. Foi extraditado para a Bélgica, onde está preso por tráfico. Há também pedidos de extradição contra ele pelo Brasil e pelos Estados Unidos, onde responde pelo crime de lavagem de dinheiro.

Como o Estadão mostrou, ‘Pablo’ continuou seguindo sua trilha de crimes mesmo depois da prisão. Em fevereiro deste ano, uma operação da PF mirou tráfico de cocaína para a Europa em cargas de granito em um esquema operado pelo próprio ‘Pablo Escobar brasileiro’. Quatro mandados de prisão preventiva foram cumpridos no Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Pernambuco. Um quinto mandado foi expedido contra um integrante da organização na Hungria.

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