Após ajuste nos valores dos convênios, servidores estaduais se reuniram na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) na manhã desta quinta-feira (3) para protestar contra o aumento da tarifa do plano da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul. Aos gritos de ‘CPI’ o povo também pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para ser investigado um déficit de R$ 17 milhões na Cassems.
Em meio às movimentações, servidores reclamam que valores são desproporcionais aos serviços prestados pelo convênio de saúde por ser considerado precário. Os servidores alegam que o reajuste dos valores é desproporcional ao salário recebido.
MUDANÇAS
Toda a movimentação dos servidores começou depois que a Cassems realizou assembleia na última quinta-feira (27). Ocasião contou com 700 servidores que votaram pelas mudanças no plano de saúde. Porém, uma das alegações dos manifestantes é que a quantidade de pessoas presentes no dia não representaria nem 1% do total porque são 87 mil titulares.
Os servidores querem anular medidas que encareceram a mensalidade, como a contribuição fixa de R$ 45, limitada a R$ 180 por família, sobre tratamentos odontológicos e de outras terapias em que seja necessário o uso de materiais de OPME (Órtese, Prótese e Materiais Especiais).
Presidente da Cassems, Ricardo Ayache esteve reunido na manhã desta quinta-feira (3) com os deputados estaduais na presidência da Alems e negou déficit de R$ 17 milhões na empresa, que atua como plano de saúde dos servidores públicos estaduais.
DESPESAS ASSISTENCIAIS
Ao deixar a reunião, que teve mais de duas horas de duração, Ayache disse que foi registrada uma carga enorme na saúde, com aumento nas despesas assistenciais. “Na reunião de hoje tiramos qualquer mal-entendido. E podemos caminhar para essa comissão propostas para aprofundar esse debate”.
O deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) reafirmou nesta após reunião do presidente da Cassems na Assembleia Legislativa que não vai retirar o pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a Caixa para investigar as denúncias dos servidores.
O parlamentar insistiu que todos os gastos da empresa nos últimos dez anos precisam ser públicos. “Tem que pegar pesado na investigação”, disse, sob apoio dos servidores que acompanhavam a sessão.
GASTOS EM PUBLICIDADE
João Henrique Catan (PL), que apoia a CPI, afirmou que as notas fiscais e produtos contratuais também precisam ser investigados. “Nos últimos quatro anos, o hospital gastou R$ 9 milhões com publicidade. Não fosse esse valor, o déficit seria menor. Uma das premissas da Cassems é que não deve gerar lucro, porque é uma prestação de serviço. Apesar de não gratuita, é realizada pelo que é descontado em folha”, apontou.
O deputado questionou ainda a legalidade da Assembleia da Cassems. “Mais de 50 mil servidores são atendidos pela Caixa e só 700 comparecem à Assembleia. Isso não representa toda a categoria”.
REUNIÃO
Até esta quarta-feira (2), Tavares disse já ter quatro assinaturas para abrir a CPI contra a Cassems. O parlamentar também aposta que mais deputados devem aderir após reunião do presidente Ricardo Ayache com o presidente da Alems (Assembleia Legislativa de MS), Gerson Claro (PP), que aconteceu nesta quinta.
Das oito assinaturas necessárias para o pedido de abertura, Tavares diz já ter quatro: dele, de João Henrique Catan (PL), de Lídio Lopes (Patriota) e de outro parlamentar, que teria pedido para ainda não ter o nome revelado.