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domingo, 13 de outubro de 2024

Vereador de Ribas pego na Operação Tangentopoli já responde ação por corrupção, afirma MPMS

O vereador Tiago do Zico (PSDB), alvo da Operação Tangentopoli ao ser flagrado com R$ 88,4 mil em dinheiro em casa na última quarta-feira (16), já responde ação por corrupção por solicitar um favor ao então prefeito, João Alfredo Danieze (Psol), em 2021. A afirmação é do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Conforme a investigação do MPMS, Tiago teria enviado uma mensagem ao prefeito, perguntando se ele não iria “amaciar” para as empresas de transporte em Ribas do Rio Pardo. Isso porque o parlamentar seria dono de uma dessas empresas e teria transferido a empresa para o nome da esposa.

A conversa com o prefeito teria ocorrido na tentativa de direcionar a licitação para aquisição de veículos escolares. O caso foi levado até a Polícia Civil, que instaurou inquérito.

Outra situação

Em reunião no gabinete do prefeito, o vereador ainda teria deixado claro o interesse na contratação da empresa e também teria conversado com licitantes durante o certame.

O MPMS aponta que o vereador teria deixado clara a intenção de ser favorecido na licitação. Além disso, haveria vídeo em que ele foi gravado pedindo vantagens indevidas, indiretamente.

A ação tramita na Vara Única de Ribas do Rio Pardo, com as acusações de corrupção passiva e advocacia administrativa.

Em entrevista ao site Midiamax, o prefeito Danieze afirmou que não vai se manifestar no momento sobre os fatos e também sobre a operação recente do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Nega as acusações

Já o vereador Tiago do Zico nega as acusações e diz que é vítima de perseguição política.
Na nota oficial, o vereador afirma que a denúncia é infundada e que a resposta já havia sido dada em 2021. Em relação ao dinheiro apreendido, o parlamentar alega que é de origem lícita.

“Trata-se de origem comprovadamente lícita, fruto de árduo trabalho de quase duas décadas, sacados recentemente de caderneta de poupança para integração de capital de giro nas atividades empresariais de Tiago, devidamente comprovado em farta documentação e extrato bancário, uma vez que a conta-corrente de sua empresa se encontra bloqueada para movimentação desde março deste ano, em virtude de decisão judicial interlocutória em uma ação de Medidas Protetivas em trâmite nessa Comarca, e também pelo curso de uma ação de Dissolução de União Estável, que tramita em segredo de justiça”, diz trecho.

Relembre a Operação Tangentopoli

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu, na última quarta-feira (16), mandados de busca e apreensão em Ribas do Rio Pardo. Os alvos eram três vereadores da cidade e o ex-prefeito, José Domingues Ramos, o Zé do Cabelo (PSDB).

Os vereadores alvos são Tiago do Zico (PSDB), Anderson Arry (PSDB) e Nego da Borracharia (PSD). Na casa de Tiago, os policiais do Gaeco encontraram e apreenderam R$ 88,4 mil.

A operação apura casos de corrupção envolvendo o ex-prefeito e vereadores. O grupo teria recebido propina para arquivar comissões parlamentares instaladas para apurar eventuais crimes de responsabilidade. Além disso, também favoreciam proposições do Executivo.

No decorrer das investigações, crimes eleitorais foram identificados e devem ser avaliados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O Gaeco é um órgão do Ministério Público de Mato Grosso do Sul que atua no combate ao crime organizado. A operação desta quarta-feira é um exemplo do trabalho que o Gaeco vem fazendo para combater a corrupção em Mato Grosso do Sul.

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