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sábado, 12 de outubro de 2024

Abelhas-africanas atacam militares e CEO de Universidade no Mato Grosso do Sul; veja dicas de como evitar os ataques

Desde o início do ano vários municípios do Mato Grosso do Sul vem sofrendo com ataques de abelhas a seus moradores. Dessa vez, um grupo de militares, que participavam de instruções no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) em Nioaque, foram atacados por um enxame de abelhas na tarde de domingo (10).

Conforme o portal Jardim MS News, um deles ficou em estado grave e precisou ser transportado com urgência para a capital, Campo Grande.

As abelhas estavam em uma árvore aos fundos do quartel onde os militares realizavam os exercícios. A atividade contava ainda com alguns oficiais vindos do Rio de Janeiro para a instrução “Selva Pantanal”.

Após o acidente com os insetos, pelo menos oito dos militares atacados deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nioaque.

Contudo, um deles precisou ser entubado e transportado de ambulância do exército para um hospital de Campo Grande. Os demais ficaram em observação.

Caso no Pantanal

Outro caso foi divulgado pelo site Perfil News na última sexta-feira (8) ao relatar que o 1º Sargento e atual coordenador da Defesa Civil do Município de Juti, Dionaldo Morinigo salvou a vida do empresário e CEO da Universidade Central do Paraguai, Carlos Bernardo, e de sua família de ataques de abelhas-africanas.

O empresário contou que foi atacado realizando um passeio de lancha com a família e ao encostar em uma das margens do rio do Pantanal foi atacado pelas abelhas. Em um determinado momento, ele contou que a embarcação que estava sofreu uma pane e ao encostarem em uma das margens, o grupo foi atacado pelos insetos voadores.

“Alguns conseguiram fugir, enquanto outros se jogaram na água e nadaram pelo igarapé para escapar das ferroadas. Mas eu fiquei preso entre a lancha e a margem do rio, onde o enxame estava mais concentrado. E mesmo pulando na água, fui ferroado por várias abelhas. Mas consegui minimizar os ataques ao permanecer submerso na maior parte do tempo, emergindo apenas para respirar”, lembrou o empresário.

Os moradores da região ainda tentaram resgatar Carlos, chegando até a utilizar roupas de apicultor para se protegerem, porém a proteção não foi suficiente para evitar as ferroadas e eles tiveram que recuar. Foi então que apareceu o herói sem capa Dionaldo Morinigo, que mesmo usando uma capa de proteção, partiu para fazer o que já faz há 25 anos: salvar vidas.

Resgate

Dionaldo e um homem chamado Wellington, a bordo de um jet ski, conseguiram chegar até a lancha e salvar Carlos Bernardes. O empresário já havia sido ferido em várias partes do corpo e estava exausto após o longo tempo de espera na água.

Carlos destacou a importância do conhecimento e preparo de Dionaldo para lidar com a situação.

“O bombeiro utilizou seu conhecimento instinto para acalmar a situação e orientar as pessoas sobre como enfrentar o enxame enfurecido. Sua chegada na lancha foi crucial, pois eu já estava muito cansado e a situação poderia ter sido ainda pior, mas Dionaldo foi treinado para salvar vidas. Ele agiu conforme o seu treinamento, mostrando se preparado para momentos de tensão e pânico”

Já o herói relatou que assim que soube do ataque, procurou meios para resgatar as pessoas. Enquanto os demais estavam chegando à sede de uma fazenda, continuava na água e, inicialmente, havia a informação de que ele havia desaparecido. No entanto, ele foi logo localizado e então começou a corrida para salvá-lo. O resgate foi desafiador devido à agressividade das abelhas e a dificuldade de acesso ao local por terra. No entanto, com ajuda de todos, Carlos e as demais pessoas que estavam na embarcação foram salvas e tudo terminou bem.

A atuação do bombeiro foi fundamental

Além de Carlos, outras pessoas que estavam na lancha e moradores que tentaram ajudar no resgate também foram fechados pelas abelhas, mas todos se recuperam bem sem maiores consequências.

“O incidente no Pantanal ressalta a importância dos bombeiros e sua capacidade de agir em emergência. O treinamento e o conhecimento adquiridos ao longo dos anos permite que esses profissionais enfrentem o desafio e salvem adversas vidas, mesmo em circunstâncias adversas. A atuação de Dionaldo Morinigo e sua equipe foi fundamental para evitar uma tragédia e demonstra o valor dos Bombeiros na sociedade”, concluiu o empresário.

O QUE FAZER QUANDO ESTIVER FRENTE A FRENTE COM UMA COLMEIA DE ABELHAS?

Ao G1, o biólogo entomologista da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Osmar Malaspina, deu dicas de como evitar ou minimizar os ferimentos e riscos de intoxicação em casos de ataque.

Rapidez: “O recomendado é sair o mais rápido possível de perto do ninho”;

Silêncio: “Também é recomendado sair silenciosamente, não gritar, não se debater, porque quanto mais se debate, mas atrai outras abelhas. Então, a dica é sair o mais rápido possível”;

2 – Como se defender em caso de ataque?

Se proteger em locais fechados: “Se a pessoa estiver em uma mata e passar entre os galhos das árvores, ela evita o trânsito das abelhas, acaba melhorando a situação, mas se for em um campo limpo, a dica é sempre sair o mais rápido. Se tiver um carro, entrar no carro. Se tiver uma casa, entrar na casa e fechar, imediatamente, a entrada das abelhas porque uma abelha que ferroa vai atrair várias outras em seguida”;

3 – O que fazer depois de ter sofrido o ataque?

Busca por atendimento médico: “Nos dois casos, de pessoas alérgicas ou não, se o atendimento for rápido, você pode salvar as pessoas. Mas tem que procurar um hospital especializado, médicos especializados, para fazer o tratamento adequado”

Veneno no corpo: “No caso de uma pessoa alérgica, se ela toma uma ferroada o corpo vai começar a ficar vermelho e essa alergia vai para a garganta e ela vai ter, provavelmente, uma edema de glote, que se for muito forte, causa problemas respiratórios e pode matar. Já no caso de uma pessoa não alérgica, mas que teve muitas picadas, é a intoxicação no organismo, principalmente nos rins. A pessoa pode ter uma paralisia nos rins e acabar morrendo”;

Se livrar do veneno: “No caso de uma pessoa alérgica, ela tem que tomar logo um antialérgico, então pessoas que são do campo ou que vão trabalhar no campo, precisam tomar cuidado, seria recomendado levar um antialérgico receitado pelo médico para evitar esse tipo de coisa, porque se ele estiver distante umas duas ou três horas do hospital, dá tempo dele chegar. E no caso da intoxicação, tem que ser levado para o hospital com a maior rapidez porque aí você não tem um desintoxicante no campo.

4 – Qual o tipo de abelha que mais ataca?

Abelha africanizada: “Nós temos 20 mil espécies de abelhas no mundo, no Brasil a gente tem de 2,5 a 3 mil espécies. Mas a abelha mais comum, que provoca acidente, é chamada abelha africanizada. Antigamente era chamada de europeia, mas já mudou o nome. Uma colmeia dessa abelha tem de 50 a 100 mil abelhas, então essa é que tem o maior número de acidente”;

Mangava e vespas: “Nós também temos acidentes com a espécie tipo mangava, que são abelhas que vivem sozinhas, estão é muito difícil ter ataque. E outro que não são abelhas, são primas, mas que ferroam também, são as vespas, que são essas colônias que dão na lateral da casa, isso também pode provocar acidente, pode provocar alergia, intoxicação, mas é raro”;

5 – Qual a diferença entre uma pessoa alérgica a picadas de abelha com uma, não alérgica, mas que recebeu muitas picadas?

Pessoa alérgica: “Quando a pessoa é alérgica e você tem diferentes graus de alergia, pode ser muito alérgica ou pouco alérgica. E aí, se você tomar uma ferroada ou duas e for extremamente alérgico, pode matar. Então isso é um perigo para as pessoas alérgicas. As pessoas alérgicas precisam estar muito atentas”;

Pessoa NÃO alérgica: “Quando é uma pessoa que toma um número muito grande de ferroadas, você não tem alergia, não desenvolve o processo alérgico, mas o veneno que foi injetado no organismo é tão grande que acaba provocando um sistema de intoxicação, aí você pode morrer intoxicado”.

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