Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro que recuperou e encaminhou para reciclagem o maior volume de embalagens em 2022, relacionando esse total ao número de habitantes. Os dados constam em relatório do sistema de logística reversa de embalagens em geral da Central de Custódia entregue ao Ministério do Meio Ambiente neste ano.
A Central de Custódia é uma pessoa jurídica de direito privado, contratada por entidades gestoras, responsável pela custódia das informações e pela verificação dos resultados de recuperação de embalagens em geral.
Conforme o relatório encaminhado ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), foram retornados pelo sistema de logística reversa, no Estado, no ano passado, 20.035,14 toneladas de embalagens em geral. Dividindo-se esse número pelo total de habitantes de Mato Grosso do Sul (2.833.742 conforme pesquisa do IBGE) chega-se ao índice de 7,07, que é o mais elevado do país.
Em segundo lugar no ranking está Mato Grosso, com índice de 6,86, e em terceiro o Paraná, com 5,95. Mato Grosso do Sul ficou à frente, portanto, de estados desenvolvidos como São Paulo (5,43), Rio Grande do Sul (3,97), Rio de Janeiro (3,53) e Santa Catarina (2,71). O relatório chama a atenção para o fato de que todos os estados que lideram a lista possuem decreto estadual de logística reversa de embalagens em geral.
Outro diferencial da política de logística reversa implementada em Mato Grosso do Sul e elogiada pelo relatório da Central de Custódia é o cruzamento de dados com as notas fiscais, o que permite um controle mais eficaz da movimentação de mercadorias, conforme explicou a diretora de Desenvolvimento do Imasul, Thaís Caramori.
Só essa medida fez com que Mato Grosso do Sul saltasse de menos de 100 empresas cumpridoras inscritas no sistema de logística reversa nacional para mais de 6 mil, apontou a diretora.
“Destaca-se aqueles estados, como o próprio Mato Grosso do Sul e também Rio de Janeiro, que desenvolveram estratégias com a Secretaria de Fazenda Estadual para solicitar a lista de empresas que comercializam produtos em embalagens em geral e a partir dessa lista conseguem trazer isonomia a fiscalização e verificar quem está se autodeclarando ao seu sistema de logística reversa”.
A Central de Custódia ressalta, entretanto, que ainda há um caminho a percorrer para cumprir com o mínimo exigido pela lei, ou seja, a recuperação de pelo menos 22% dos materiais disponibilizados no mercado.
Com base em dados do Sistema Nacional de Informação de Saneamento, do IBGE e do Panorama Nacional de Resíduos Sólidos, estima-se que 22% de todas as embalagens colocadas no mercado sul-mato-grossense em 2022 representaram o montante de 38.992,88 toneladas, sendo que pouco mais de 20 mil toneladas foram recuperadas pelo sistema de logística reversa.
O montante recuperado pelo Estado – apesar de ser o maior do país no comparativo pelo número de habitantes – representou 51,38% da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos para 2022.
Thaís Caramori lembra que o Sisrev/MS (Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral) ainda está aberto para receber as informações das empresas relativas ao ano passado, em atendimento à legislação estadual. Portanto, esse montante deve subir.
Os municípios sul-mato-grossenses que mais se destacaram na remessa de materiais pelo sistema de logística reversa referente ao ano de 2022 foram: Campo Grande (11.302,38 ton, ou 56,41% do total), Dourados (3.938,70 ton – 19,66%), Ponta Porã (1.564,95 ton – 7,81%), Naviraí (1.137,81 ton, – 5,68%), Três Lagoas (478,27 ton – 2,39%), Amambai (435,18 ton – 2,17%), Iguatemi (390,64 ton – 1,95%), Maracaju (306,15 ton – 1,53%), Bonito (151,34 ton – 0,76%) e Bataguassu (106,42 ton – 0,53%).
João Prestes, Comunicação Semadesc