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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Projeto da JBS promove recuperação de área equivalente a 2 mil campos de futebol 

Companhia foi uma das empresas que discutiu, em painel da Apex realizado durante a COP, iniciativas para apoiar os pequenos produtores e, assim, ajudar o Brasil a dobrar a produção de alimentos em 10 anos

A diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, Liège Correia, apresentou hoje em painel da COP a iniciativa Escritórios Verdes, por meio da qual a Companhia já contribuiu para a recuperação florestal de mais de dois mil hectares – o equivalente a dois mil campos de futebol. As 20 unidades implantadas pela empresa desde 2021 trabalham não só a regularização das propriedades rurais, mas também o compartilhamento de técnicas produtivas mais eficientes e sustentáveis, além do acesso facilitado a crédito. Até o momento, mais de 19 mil fazendas já foram assistidas e mais de 7 mil avançaram em seus processos de compliance socioambiental.

A participação da executiva ocorreu em painel da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou detalhes do Programa Nacional para Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). Lançado oficialmente no último dia 6, o projeto prevê a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas agricultáveis em dez anos, podendo praticamente dobrar a área de produção de alimentos no país.

Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o decreto federal 11.815 representará oportunidades de investimentos de até US$ 120 bilhões. Estima-se um custo entre US$ 1.500 e US$ 3.000 por hectare para a recuperação das pastagens, incluindo iniciativas voltadas à correção de solos, aquisição de maquinário moderno, implementação de sistemas agrícolas ambientalmente responsáveis e apoio a despesas operacionais.

“É uma agenda que temos buscado fazer dentro da nossa cadeia: não só a regularização, mas também levar assistência técnica e financeira aos produtores para aliar produção e sustentabilidade”, disse Liège Correia na ocasião. Na visão da executiva, é preciso que todos os atores, inclusive os do setor financeiro, façam a abertura de mais linhas de crédito para que os pequenos fazendeiros possam promover a conversão sustentável de suas terras. A Companhia tem defendido durante a COP o papel que o Brasil pode desempenhar perante o desafio de alimentar a crescente população mundial e, ao mesmo tempo, frear as mudanças climáticas.

No painel da Apex, representantes do governo brasileiro também reforçaram a importância da atuação conjunta para alcançar os objetivos propostos pelo programa. “É importante destacar a robustez desta iniciativa, que está inserida no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Claro que o governo não arcará com todos esses recursos sozinho. Vamos construir parcerias com fundos internacionais e a iniciativa privada, com o objetivo de nos tornarmos ao final do processo o maior fornecedor mundial de alimentos”, garantiu o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Serroni Perosa.

Segundo ele, nos últimos 50 anos o Brasil obteve um crescimento de 140% de área plantada e de 580% em produtividade. “Resultado de muita dedicação, não só dos agricultores, mas de toda a cadeia. Nós crescemos, mas crescemos graças a tecnologia e inovação. Nós agora vamos dobrar nossa produção sem desmatar nada, sem tirar nem uma árvore. Porque pastagem degradada é emissora de gases do efeito estufa (GEE), mas com o manejo adequado é possível reduzir essas emissões. Mas o produtor só vai fazer isso se tiver condições financeiras”, afirmou.

Perosa destacou ainda a criação de um comitê liderado pelo Mapa, reunindo 12 ministérios, estatais e bancos para desenvolver o programa. “Afinal, se pretendemos dobrar a produção nacional, precisamos desenvolver meios para poder escoar essa produção. A Embrapa, por exemplo, já recebeu este ano quase R$ 2 bilhões para projetos de desenvolvimento”, disse.

O especialista em finanças sustentáveis do Banco do Brasil, Jorge Gildi, apresentou no painel da Apex números sobre como a instituição poderá estimular o setor para atingir a meta do governo de dobrar a produção de alimentos no país em 10 anos. “Nós já temos em carteira R$ 200 bilhões para investimentos até 2030. Nosso portfólio de produtos relacionados à sustentabilidade chega à marca de R$ 338 bilhões. No ano passado, por exemplo, firmamos uma parceria com o Banco Mundial para destinar mais de US$ 500 milhões em crédito e fundos voltados para o mercado de carbono. Nós vamos alavancar isso com recursos próprios e chegar a US$ 1,9 bilhão em projetos que poderão tornar o Brasil um player neste mercado”, afirmou Gildi. Segundo ele, o Banco do Brasil já constatou que existem hoje 170 mil fazendas com possibilidade de implementar a estratégia desenvolvida pelo governo. “Estamos falando aqui em reestabelecer toda a infraestrutura do agro. O Banco do Brasil, por exemplo, já contratou 200 agrônomos que estão prestando quase duas mil assistências técnicas pelo país”, disse.

Parceria com o governo do Pará

Durante o painel, Correia citou também as iniciativas da empresa no Pará. No dia 1º de dezembro, a JBS anunciou que investirá R$ 43,3 milhões nos próximos 3 anos para melhorar a transparência e a rastreabilidade da cadeia do gado no Pará, além de apoiar pequenos produtores com programas de regularização ambiental e adoção de práticas regenerativas e sistemas agroflorestais. A companhia também lidera o projeto-piloto que busca a implementação do sistema de rastreabilidade individual de gado no estado. No mesmo dia, a empresa se tornou signatária da First Movers Coalition for Food.

A iniciativa, liderada pelo Fórum Econômico Mundial, com apoio do Governo dos Emirados Árabes Unidos e outras 19 empresas, tem como objetivo acelerar métodos, tecnologias agrícolas e produções sustentáveis, impulsionando o desenvolvimento global de produtos agrícolas de baixo carbono. 

Na semana passada, relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) demonstrou como a ampliação da produtividade na pecuária pode beneficiar o enfrentamento das mudanças climáticas. Segundo o estudo, reduzir o consumo de proteína animal reduz somente 1% das emissões anuais da pecuária. No entanto, o aumento da produtividade, com o manejo adequado dessas áreas de pastagem e produção, pode-se obter um impacto cinco vezes maior em redução de emissões.

Sobre a JBS

A JBS é uma das maiores empresas de alimentos do mundo. Com uma plataforma diversificada por tipos de produtos (aves, suínos, bovinos e ovinos, além de plant-based), a Companhia conta com mais de 270 mil colaboradores, em unidades de produção e escritórios em todos os continentes, em países como Brasil, EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, China, entre outros. No Brasil, a JBS é uma das maiores empregadoras do país, com 152 mil colaboradores. No mundo todo, a JBS oferece um amplo portfólio de marcas reconhecidas pela excelência e inovação: Friboi, Seara, Swift, Pilgrim’s Pride, Moy Park, Primo, Just Bare, entre muitas outras, que chegam todos os dias às mesas de consumidores em 190 países. A empresa investe em negócios correlacionados, como couros, biodiesel, colágeno, higiene pessoal e limpeza, envoltórios naturais, soluções em gestão de resíduos sólidos, reciclagem e transportes, com foco na economia circular. A JBS conduz suas operações priorizando a alta qualidade e a segurança dos alimentos e adota as melhores práticas de sustentabilidade e bem-estar animal em toda sua cadeia de valor, com o propósito de alimentar pessoas ao redor do mundo de maneira cada vez mais sustentável.

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