De janeiro a dezembro de 2023, as exportações de Mato Grosso do Sul atingiram o valor recorde de US$ 10,51 bilhões, um crescimento de 28,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre os produtos que impulsionaram as vendas externas sul-mato-grossenses tiveram destaque a soja e a celulose.
Três Lagoas é primordial nos números positivos, já que a cidade tem duas fábricas de celulose, sendo a Suzano e a Eldorado. No saldo da balança comercial no ano passado, segundo o portal celulose, o resultado foi um superávit de US$ 7,5 bilhões, um aumento de 54,3% em relação ao que foi registrado em 2022.
Os números do comércio exterior de MS no ano passado foram divulgados na última segunda-feira, 8, na Carta de Conjuntura do Setor Externo, elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
“Nós vimos que o Brasil teve um recorde no seu superávit em 2023 e o Mato Grosso do Sul também demonstrou um dinamismo muito forte na balança comercial. É importante destacar que, nesse dinamismo da balança comercial, nós temos a demonstração da força do crescimento do estado. Um dos elementos é a capacidade de exportação. Mato Grosso do Sul termina o ano com um recorde de exportação. Nós exportamos em dólar mais de 10,517 bilhões”, comentou Jaime Verruck, secretário da Semadesc.
Nesse contexto, a celulose foi o segundo produto da pauta de exportações, com 14,09% de participação e retração em termos de valor de -2,74% na comparação com 2022.
“Soja e celulose seguem se destacando, mas nós tivemos outro movimento importante. O milho, que respondeu por praticamente 10% das exportações com cerca de US$ 1 bilhão. Também tivemos bom desempenho no açúcar, farelo e na carne bovina. A outra boa surpresa foi a ampliação da exportação de minério de ferro. O Mato Grosso do Sul teve investimentos no ano passado, nós temos crescimento tanto no minério como o ferro gusa. São umas questões importantes a gente fazer esse destaque”, acrescentou Verruck.
No mesmo período, MS importou US$ 2,952 bilhões, 10,8% menos na comparação com 2022, quando foram registrados US$ 3,308 bilhões em importações.
A China permanece como o principal destino dos produtos exportados pelo Mato Grosso do Sul, representando cerca de 43,4% do valor total das vendas externas de 2023. A Argentina registrou aumento de 265,6%, alta referente a forte seca no país, que quebrou em mais da metade de sua safra de grãos. Outro parceiro comercial sul-americano que ampliou as operações com o estado foi o Uruguai, com crescimento de 311,1%.
DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES POR SETOR
Na análise das exportações por setor, “o agronegócio apresentou um crescimento de 61,32% no preço e uma variação positiva de 67,85% no volume. Já a indústria de transformação registrou um aumento de 2,98% no preço, e aumento de 5,32% no volume. A indústria extrativa também teve um desempenho positivo, com um aumento de 212,67% no preço e aumento de 129,70% no volume. Os outros produtos também apresentaram um crescimento considerável, com um aumento de 134,03% no preço e uma variação de 71,89% no volume. No agregado, o Mato Grosso do Sul experimentou um aumento geral nas exportações, com um crescimento de 28,06% no preço e uma variação de 50,15% no volume exportado no período”, destacou a Carta de Conjuntura da Semadesc.
“Mato Grosso do Sul tem buscado a sua agroindustrialização e a balança comercial traz um dado extremamente importante. A agropecuária respondeu por US$4,9 bilhões. Na indústria de transformação, onde nós exportamos mais de 23 produtos com algum valor de agregação, foram US$ 5,1 bilhões e, na indústria extrativista, foram em torno de US$ 4 bilhões”, detalhou Verruck.
De acordo com o secretário, o foco do Governo do Estado “é ampliar a exportação de produtos da indústria de transformação. Essa é a estratégia que o governador Eduardo Riedel definiu, a agregação de valor. Com certeza, no próximo ano, nós teremos uma ampliação das exportações de carne suína, carne de aves, carne bovina, carne de peixe e também de farelo e etanol”, concluiu.