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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Campo Grande recebe desfile dos blocos de Carnaval neste fim de semana

Campo Grande já neste fim de semana recebe alguns blocos carnavalescos pelas ruas da cidade. Confira a programação e garanta a folia! Tire sua fantasia do armário e venha cair na folia, pois nestes blocos a animação garantida!

Neste sábado, 3 de fevereiro, saem os blocos As Depravadas, no Calçadão da Barão do Rio Branco, das 9 às 13 horas e o Calcinha Molhada, na Praça Aquidauana, das 16 às 22 horas. Domingo, 4 de fevereiro, é a vez do bloco Farofa com Dendê, na Praça Aquidauana, das 15 às 22 horas.

O bloco As Depravadas, é o mais antigo bloco de rua de Campo Grande. Completa 31 anos no dia 13 de fevereiro, dia de Carnaval. Mas, como o bloco é formado essencialmente por profissionais da imprensa e muitos deles estão de plantão na data, a festa acontece sempre num sábado antes do feriado prolongado.

Criado por um grupo de profissionais da imprensa de Mato Grosso do Sul na década de 1990, o bloco tem um nome polêmico. Surgiu como homenagem a outro bloco de carnaval tradicional de um bairro de São Luís, capital do Maranhão, onde um colega e um dos criadores do bloco morou. Os antigos integrantes e fundadores do bloco explicam que, na verdade, “As Depravadas” não passa de uma brincadeira para criar manchete, como é natural na imprensa.

“O nome do nosso bloco é uma manchete mesmo, coisa de jornalista. E, como cristão, sofro críticas por estar entre meus amigos e colegas de profissão num bloco de carnaval com este nome escandaloso, mas faço prevalecer a integração social e a grande contribuição que “As Depravadas” têm dado ao carnaval de rua de Campo Grande nas últimas três décadas”, disse Ademar Cardoso, jornalista há mais de 45 anos na capital.

O publicitário Maranhão Viegas, que morou por muitos anos em Campo Grande e é um dos criadores do Bloco “As Depravadas”, conta que a história é muito bacana e começou numa conversa de botequim.

“Foi numa mesa ali no Bar do Zé, a gente falando sobre carnaval de rua e brincando sobre isso. Lá pelas tantas, alguém disse ‘ah, mas aqui não tem essa tradição’. Foi aí que juntou eu, o fotógrafo Roberto Higa, o publicitário Ariosto Mesquita, o Luiz, o saudoso jornalista Luca Maribondo, mais um monte de gente e começamos a sentir necessidade de botar o bloco na rua, literalmente. Foi então que nasceu “As Depravadas”. Não sei se as pessoas sabem, mas havia um bloco similar na minha infância, lá no Bairro Madre Deus, em São Luís do Maranhão. Era o bloco “Depravadas”, que já mantinha essa tradição de bloco de sujos onde os homens saíam vestidos de mulher e as mulheres saíam vestidas de homem”, ressalta Viegas.

Campo Grande recebe desfile dos blocos de Carnaval neste fim de semana
Foto: Acervo dos blocos

Em 2024 o bloco traz o tema ‘Paz & Amor & Alegria & Carnaval ’. “Queremos lembrar a todos que o carnaval é uma das maiores festas brasileiras e o carnaval de rua de Campo Grande está cada vez mais organizado, lindo e cheio de alegria”, diz Eliane Nobre.

Outro bloco que vai sair nas ruas de Campo Grande neste fim de semana, o bloco Calcinha Molhada nasceu em outubro de 2016, quando saiu pela primeira vez, na Praça Aquidauana, com a intenção de antecipar o carnaval. O primeiro Grito de Carnaval do Bloco Calcinha Molhada trouxe cerca de mil pessoas para a praça com apenas uma semana de divulgação.

Diante da grande aceitação, foram realizados outros Gritos na praça e “esquentas” em bares parceiros nos meses seguintes até a chegada do Carnaval oficial de 2017, com um público estimado de 5mil pessoas. Em 2024, esperamos que a praça receba ainda mais foliões.

O Bloco Calcinha Molhada é feito por mulheres e para mulheres. A intenção do bloco é, também, valorizar a potência das mulheres, o bloco tem uma curadoria de atrações que priorizam artistas mulheres e LGBTQIA+.

“A primeira coisa é que fizemos de novidade para este ano é que requalificamos a Praça Aquidauana. Pintamos a praça pra que a alegria do carnaval permaneça o ano todo… Criando um espaço mais atrativo para a vizinhança. O trabalho foi realizado nos moldes de ações de urbanismo tático, de baixo custo e alto impacto, com uma pintura colorida e criativa, em parceria com a Sherwin-Williams. A intervenção foi protagonizada por artistas mulheres locais, com projeto elaborado por Gabi Bonifácio (@gabibonifacio) e Tita (@euflore.ser), e foi executada em mutirão envolvendo apoiadores do bloco e a própria vizinhança da região. O trabalho das artistas”, explica Raina Menezes, uma das coordenadoras do bloco Calcinha Molhada.

Campo Grande recebe desfile dos blocos de Carnaval neste fim de semana
Foto: Acervo dos blocos

Esse ano também, pela primeira vez, o bloco vai ter uma banda. “Antes nós tínhamos como atrações apenas DJs mulheres. Esse ano vai ter Made in Samba com as vozes da Isa Ramos, Karla Coronel e Lauren Cury”.

O Farofa com Dendê, que sai no próximo domingo, surgiu a partir de um encontro com pessoas negras que compõem o Movimento Negro Unificado (MNU). “A gente pensou inicialmente em fazer uma feira, com atrações negras, com empreendedores negros, e aí o Diogo Tadeu, que é um dos membros do MNU teve a ideia de fazer um bloco de carnaval”, diz uma das coordenadoras, Tábata Camila.

“O ano passado a gente saiu em um cortejo, nós fizemos uma intervenção dentro do Cordão Valu, saímos da Praça da Maria Fumaça, encontramos o palco Valu, nossa banda trouxe um estilo afoxé, timbalada, Araketu, ilê aiê, a gente puxou para o lado baiano o nosso repertório, e a diferença é que este ano a gente está com um local fixo, estamos na Praça Aquidauana, a gente está com palco, com uma estrutura fixa. Este ano nosso tema são mulheres, é trazer esta representatividade feminina, fazer uma homenagem às mulheres, às cantoras, tanto as cantoras nacionais quanto as cantoras regionais. As pessoas que vão cantar na nossa banda este ano são mulheres, nós temos percussionistas mulheres, as apresentadoras serão mulheres, então o foco é esse, trazer esta homenagem às mulheres da cena cultural e trazendo músicas afirmativas, músicas que reforcem esta valorização, este lado feminino da cultura”.

Karina Lima, Comunicação FCMS

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