Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foram destinados à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte
Mato Grosso do Sul é exemplo mundial quando o assunto é celulose. Três Lagoas, pioneira no setor no Estado, abriga duas indústrias Eldorado Brasil e a Suzano, que possui duas linhas de produção, e, isso o município acabou se tornando ‘a professora’ de Ribas do Rio Pardo e Inocência que em breve, também terão fábricas operando.
“De acordo com a IBA – Indústria Brasileira de Árvores, no ano passado o Brasil produziu 24,2 milhões de toneladas de celulose. Atualmente Três Lagoas produz aproximadamente 5 milhões de toneladas/ano de celulose. Dos quais, 1,8 t/ano da Eldorado Brasil e 3,25 t/ano da Suzano. Deste total, a produção local atinge 20.66% da produção nacional“
“Quando inaugurar a fábrica de Ribas do Rio Pardo, as unidades da Suzano irão produzir 5,75 milhões de toneladas ano de celulose. Somados com a Eldorado, o Mato Grosso do Sul irá produzir 8 milhões de toneladas/ano, totalizando 33.05% da celulose produzida no país“
PROJETO CERRADO
Ainda neste semestre, entra em operação mais uma indústria da Suzano em MS, a conhecida como ‘Projeto Cerrado’ (veja vídeo abaixo) que começa os trabalhos em junho deste ano. Inocência também terá uma fábrica de celulose, do grupo chileno Arauco. As obras da unidade terão início em 2025.
Ao todo, em 2028, Mato Grosso do Sul, estará operando com quatro fábricas de celulose e tem de tudo para se tornar a maior potência do setor no mundo. Com as indústrias, também vemos o crescimento do plantio de eucalipto que é a matéria-prima do setor e um negócio que está em alta no Brasil.
Somando as plantações de eucalipto e de pinus, também utilizado para a produção de celulose no Brasil, são 9,9 milhões de hectares de área plantada no país. Temos hoje em média 1,8 milhão de árvores plantadas para fins industriais por dia.
ÁREAS ANTROPIZADAS
Importante ressaltar que as áreas de cultivo acontecem principalmente em áreas previamente antropizadas, substituindo pastos de baixa produtividade por florestas cultivadas, manejadas com as mais modernas técnicas e amplamente apoiadas pela ciência. Para além das áreas produtivas, o setor conserva outros 6,7 milhões de hectares de mata nativa, o que equivale ao território do estado do Rio de Janeiro.
O setor vem se consolidando há décadas como um modelo de bioeconomia em larga escala, se submetendo voluntariamente a rigorosas certificações internacionais. Atua ao lado da sociedade para gerar valor compartilhado e crescimento mútuo, comprovando, todos os dias, a compatibilidade entre produzir e preservar.
PRODUÇÃO NACIONAL E MACIÇO FLORESTAL
Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foram destinados à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte. O setor foi o quinto item da balança de exportação do agro.
“De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária), os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões sudeste e centro-oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso do Sul (15%) e São Paulo (13%)“
A região sul do Brasil se destaca como principal fornecedor de madeira pinus, representando 89% do total. O Paraná lidera com a maior área plantada, uma extensão de 713 mil hectares, seguido por Santa Catarina, com 701 mil hectares.
GERAÇÃO DE EMPREGOS
O setor da celulose gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022 nos mais de mil municípios presentes, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais).
As exportações de celulose em 2023 geraram divisas no valor de US$ 7,9 bilhões. Os investimentos previstos somam R$ 67,4 bilhões até 2028.
INVESTIMENTOS
Os recursos investidos do setor já são destinados para novas plantas, expansão das áreas cultivadas, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Hoje, é aberta em média uma fábrica a cada ano e meio.
É o caso do Projeto Cerrado, que dará origem à nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo. A fábrica terá capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano. No total, a empresa está investindo R$ 22,2 bilhões no projeto, um dos maiores aportes da história da Suzano, que está em plena celebração de seu centenário.
O Projeto Figueira, a ser concluído este ano pela Klabin em Piracicaba–SP, dará origem a uma fábrica com capacidade de produção de até 240 mil toneladas de papel ondulado por ano. A fábrica contará com geração de energia solar, empilhadeiras elétricas e reaproveitamento de água da chuva.
EXPANSÃO DA KLABIN
Além do Figueira, a Klabin inaugurou a segunda fase do projeto de expansão da unidade Puma, em Ortigueira–PR. Com investimento de R$ 12,9 bilhões, o maior já recebido pelo Paraná nos últimos anos, a conclusão das duas fases da unidade somou 910 mil toneladas à capacidade de produção anual de papel para embalagem da empresa.
Em Lençóis Paulista–SP a Bracell está colocando de pé uma nova unidade para produção de papel sanitário, com previsão de conclusão este ano. Na mesma área, a empresa inaugurou em 2021 a planta construída a partir do Projeto Star, resultante de investimento de R$ 15 bilhões da companhia. Trata-se de uma fábrica referência na produção de kraft e celulose solúvel.
Já a LD Celulose, joint venture entre a brasileira Dexco e a austríaca Lenzing, iniciou as operações de sua unidade no Triângulo Mineiro em 2022. Com capacidade para produzir 500 mil toneladas de celulose solúvel por ano, a fábrica já vendeu toda sua produção ao mercado externo em contratos de 25 anos.
INVESTIMENTO CHILENO / PROJETO SUCURIÚ
Outra que anunciou novos investimentos no país é a chilena Arauco em uma nova fábrica de celulose em Inocência, com início das obras previsto para 2025.
Para além das novas fábricas, o setor investe consistentemente na modernização das plantas existentes, além de ampliação de áreas plantadas e ciência e tecnologia.